A crise instalada na Secretaria de Segurança Pública é decorrente de infinidades práticas ilícitas dentro da instituição pelo então secretário Aluísio Mendes, com o respaldo da governadora Roseana Sarney. Quando a imprensa nacional começou a dar destaque para a violência armada no Maranhão, com assassinatos, o tráfico de drogas e a pistolagem impondo regras em todo o Estado, a chefa do Executivo Estadualchegou a admitir a substituição do incompetente, que seria colocando-o em uma outra pasta para fazer o que sabe – nada, a não fazer intrigas, contratos de compras e serviços e convênios bastantes suspeitos que precisam ser investigados. Ele corre desesperadamente em busca de um mandato de deputado federal, com objetivo de ter foro privilegiado. Quando começaram a articular a retirada dele do Sistema Estadual de Segurança, ele foi até a governadora e cobrou a fatura pelos “importantesserviços” prestados a família Sarney e bateu na mesa que não deixaria a pasta, em tom bastante ameaçador. Roseana Sarney que já havia recebido a sua cabeça em uma enorme bandeja, só teve a alternativa de recuar, e ele passou a ser mais tempestivo.
Totalmente despreparado não por ser agente da Policia Federal, mas por não ter exercido a função e a carência de conhecimentos técnicos e científicos, ficando por mais de 20 anos à disposição do senador José Sarney. Mesmo fora da instituição ainda criou alguns problemas, chegando a ser indiciado em processos, mas como tinha um forte aparato politico de defesa, sempre escapou ileso.
Aluísio Mendes utilizou o Sistema de Segurança Público para promover retaliações pessoais e as orientadas pelo governo, o que teve reflexos altamente negativos, e que acabou por fortalecer a criminalidade. O caso do assassinato do jornalista Décio Sá, que até hoje não está devidamente esclarecido, em razão de que muita gente foi envolvida isentas, e outras indevidamente indiciadas, que é denunciado e questionado por advogados.
Dentro da Segurança Pública pesam inúmeras acusações a Aluísio Mendes de ter sucateado o sistema principalmente as delegacias do interior, o reduzido número de delegados e servidores integrantes do contexto, falta de capacitação e reciclagem e o número reduzido de pessoal no interior do Estado, sem falarmos em viaturas, combustíveis e pessoal suficiente para pelo menos enfrentar a bandidagem. Apesar das sucessivas advertências feitas pela Associação dos Delegados da Policia Civil, ele mantinha quase dois mil presos custodiados em delegacias do interior, numa articulação com o Secretário de Justiça e Administração Penitenciária, que assim como, é o que mais se nivela em incompetência com a governadora Roseana Sarney.
O problema hoje na Secretaria de Segurança Pública não é contra o secretario Marcos Afonso Júnior, que assumiu a pasta em meio a grandes desafios, até mesmo com receio de que ela chegasse a extremos maiores, principalmente pelos desmandos e a verdadeira esculhambação instalada dentro da instituição. Seus esforços são grandes, mas ele não pode resolver uma problemática que vem se arrastando nos últimos quatro anos, pela falta de investimentos e o pouco que foi canalizado acabou sendo desperdiçado por falta de planejamento ou atendendo interesses políticos e pessoais.
A verdade é que os delegados de policia estão em busca de direitos legítimos e cobram do governo respeito e responsabilidade dos Poderes Constituídos para com os interesses da população, que vem sendo bastante prejudicada. O mais grave é que devida a ausência das instituições de segurança nas comunidades da capital e do interior, concorre para que elas sejam ocupadas pela criminalidade, com destaque para o tráfico de drogas. Se os delegados vierem a entrar em greve como meio de pressão para o atendimento das suas reivindicações será pelo menos para que possam trabalhar com dignidade. Considero correto o posicionamento da categoria, levando-se que o maior responsável por toda a problemática posta é a governadora Roseana Sarney e as instituições dos demais poderes constituídos, que conhecem a realidade e vergonhosamente se omitem a exercer as suas funções fiscalizadoras.