A Fetaema é a referência de defesa de direitos e da dignidade de homens e mulheres no meio rural maranhense.
Os problemas tomam dimensões inimagináveis. Caso não haja uma intervenção imediata das forças de segurança pública, muitas vidas poderão ser sacrificadas pela violência imposta por jagunços a serviço de grileiros e latifundiários. A Fetaema já esteve em várias comunidades do município de Codó, defendendo os direitos de quilombolas e denunciando a omissão dos poderes constituídos, o que favorece os grupos que tentam massacrar trabalhadores e trabalhadoras rurais, procurando retirá-los das suas posses seculares. O presidente da Fetaema, Chico Miguel, advogados e secretários da entidade já estiveram por inúmeras vezes em algumas áreas e participaram de atos públicos, mas de nada tem adiantado, uma vez que a força política dos elementos é mais forte. Embora os fatos sejam de conhecimento do Governo do Estado, até o momento ele não deu qualquer sinal para evitar a iminência de atos sangrentos. Hoje, uma equipe da Fetaema retornou a Codó, com vistas a uma nova avaliação dos fatos para fazer nova denúncia ao Ministério da Justiça, a Secretaria Nacional de Direitos Humanos e a Anistia Internacional, além de ratificar o que já foi encaminhado as autoridades locais.
Reunido em São Luis, o episcopado maranhense expressou em documento de solidariedade ao povo sofrido de Codó, principalmente da comunidade Vergel, que teve incendiada uma capela da Igreja Católica, integrante da Paróquia de São Raimundo. Há poucos dias estive conversando com o bispo, Dom Sebastião Bandeira Coelho, da Diocese de Coroatá, que abrange o município de Codó. Ele me afirmou que o problema é muito sério em várias comunidades, destacando-se asquilombolas. O mais grave é que a violência é pública e as autoridades locais responsáveis pela ordem, respeito e garantia dos direitos dos cidadãos, se omitem totalmente aos fatos, garantido o trânsito e as ameaças diárias feitas por jagunços a serviço de grileiros e latifundiários. Dom Sebastião Bandeira irá à comunidade Vergel celebrar com povo que vem sendo oprimido pelas forças dos poderes e, não se curvará a qualquer ameaça. A sua missão profética, a defesa dos pobres, oprimidos e excluídos são compromissospara a construção do Reino de Deus, afirmou o Bispo de Coroatá.
As preocupações declaradas pelo bispo Dom Sebastião Bandeira, da Diocese de Coroatá, foram após reunião do Episcopado Maranhense, quando foram analisados os graves problemas no meio rural de Codó e outros municípios, causados pela opressão e violência armada sob o comando de políticos, empresários, latifundiários, grileiros e gente do agronegócio, com o apoio integral do Governo do Estado.