A exoneração do ex-secretário Sebastião Uchôa muito embora bem tarde e da maneira como foi feita, em que a governadora Roseana Sarney não aceitou nem recebê-lo para ouvir as mesmas deslavadas justificativas evasivas e repetitivas, o deixou bastante contrariado. No dia seguinte à sua defenestração do cargo, ele mandou um agente policial conhecido como Casquinha, recolher inúmeras caixas de documentos da sede da Sejap, que inclusive foi conferido por uma funcionária do órgão. A destinação do material não se sabe, mas a verdade é que se tratava de uma farta documentação, inclusive alguns processos, segundo informações de funcionários da secretaria, que viram o transporte das caixas e volumes de processos amarrados. Infelizmente o pessoal subserviente, continua agindo como se não tivesse havido mudança na administração da pasta, principalmente no Complexo Penitenciário de Pedrinhas.
Sérios riscos com o pessoal viciado
O ex-secretário Sebastião Uchôa tinha dentro do Complexo Penitenciário de Pedrinhas, diretores de unidades prisionais, que além do cargo exerciam funções específicas de mantê-lo informado de tudo, inclusive sobre as ações da Policia Militar, do GEOP e da Força Nacional. A sua confiança era depositada em Cláudio Barcelos e Salomão Mota, empregados terceirizados à frente da Casa de Detenção e Penitenciária de Pedrinhas, além de Josiane Furtado, agente penitenciária e autoritária diretora da Casa de Detenção Provisória, que precisa ser investigada pela SEIC, uma vez que ela estaria entre os diretores que facilitavam saídas de presos. Ela inclusive foi exonerada ontem do cargo. Dentre esse grupo de poderosos está o Major da Força Nacional, Alessandro Frankie Borges Ribeiro, uma espécie de assessor especial de Sebastião Uchôa, que irregularmente exerce o cargo de Superintendente do Complexo Penitenciário de Pedrinhas, uma vez que ele veio para São Luís por determinação do Ministério da Justiça recebendo diárias e outros privilégios, agora somados ao cargo comissionado. Por ocasião da movimentação dos monitores em frente às unidades prisionais, ele determinou que os integrantes do Grupo Especial de Agentes Penitenciários agredissem os manifestantes, tomando uma decisão criminosa, levando-se em observação que o GEOP é para atuar dentro dos presídios e não tem qualquer autonomia para ações fora deles. A intenção ficou posteriormente esclarecida, que a ação teve por objetivo criar conflito entre monitores e agentes penitenciários. Outra questão que precisa ser investigada é que o militar tem bons entendimentos com as lideranças das mulheres de presos e as visitas que agora passaram a ser diárias, teria havido favorecimento do major paraibano.
Apesar de ainda não ter sido confirmado, sabe-se que estão em São Luís, duas mulheres, que teriam vindo de outros Estados para liderar o movimento das mulheres de presos, as quais teriam alugado uma kitinete nas proximidades do Complexo Penitenciário de Pedrinhas, de onde estariam dando ordens para ações das mulheres, inclusive o movimento de ontem em frente a sede da Sejap, e estimula a luta para manter as visitas diárias para dar maior celeridade a troca de informações entre as facções criminosas.
Se o secretário Paulo Rodrigues da Costa não formar de imediato uma equipe para o enfrentamento à realidade e extirpar todo o pessoal viciado e incompetente que integrava a equipe de Sebastião Uchôa poderá correr sérios riscos, inclusive o maior deles, o da sabotagem. A verdade é que queiram ou não, muitos dos vícios emanados da época do então todo poderoso, ainda são bem observados. Um deles foi a iniciativa criminosa do major paraibano ao colocar o GEOP para confrontar com monitores e sua relação bem estreita com as mulheres de presos, que é vista claramente dentro das unidades prisionais. Como superintendente, o que o impede de restabelecer a normalidade das visitas, nos dias e horários estabelecidos?
Tem muitos responsáveis na crise carcerária
Uma questão em que a responsabilidade natural é da Secretaria de Justiça e Administração Penitenciária e da governadora Roseana Sarney, está no longo período de mais de quatro meses, que os presos deixaram de ser recolhidos às celas, ensejando violência desenfreada, com assassinatos, escavações de túneis e as facilidades para consumo de drogas e bebidas, além de outras facilidades que vinham das diretorias das unidades. Uma pergunta se faz necessária: Será que nesse período os juízes das Varas das Execuções Criminais e os promotores públicos não observaram a terrível irregularidade? O que também precisa de um esclarecimento está na demora da entrega dos nos presídios construídos e os recuperados. Com presença do ministro José Eduardo Cardoso, da Justiça e da governadora Roseana Sarney, em outubro do ano passado nba formação do Comitê de Gestão Integrada para a Crise Carcerária, ficou definido que a partir de dezembro do ano passado, as primeira unidades deveriam ser entregues, para resolver de imediato a questão da superpopulação e até hoje nenhuma está concluída.
Mais três fugas no presidio de Pedreiras
O presidio do município de Pedreiras, durante muito tempo foi considerado como um dos melhores do Maranhão, conseguindo através de convênio com a APAC e o importante trabalho desenvolvido pelo frei Ribamar Cardoso, a recuperação de detentos através de uma metodologia que se inicia com a humanização da pessoa humana, a sua preparação para a reinserção social com a qualificação profissional e até no campo psicológico sobre possíveis rejeições decorrentes deles serem egressos de presídios. Depois que frei Ribamar Cardoso deixou a APAC de Pedreiras e de São Luís, o negócio deixou de funcionar a contento, muito embora existam convênios milionários sem qualquer retorno. No último domingo mais três detentos fugiram do presidio da cidade, o que infelizmente está se transformando em uma rotina constante.