A triste releitura do Hino Nacional sob a luz de um sombrio 7 de setembro

Tinha de tudo! Primeira-dama vestida de vermelho, parentes de militares que estavam desfilando, muitas armas sucateadas, marchas desencontradas refletindo falta de preparo e treinamento, políticos de esquerda e generais melancias – menos o povo patriota. De ponta a ponta do país, o povo ficou em casa.

Um desfile sem público que entrou para a História. Um fenômeno que, por si só, já confirma as suspeitas de que o povo não estava dividido nas eleições, pois se realmente assim estivesse, onde estava a metade da população que votou no PT?

Então as urnas mentiram e esse Dia da Independência histórico nos remete a uma reflexão atualizada das assertivas constantes em nosso Hino Nacional, pouco prestigiado pela turma do poder que tomou de assalto o Brasil. Ninguém ouviu do Ipiranga uma única voz sequer, porque todas as vozes foram presas, enjauladas mesmo, torturadas e humilhadas. A placidez de suas margens deu lugar às dores da injustiça, à rispidez, soberba e arrogância do autoritarismo.

Depois disso não se escutou mais nenhum brado retumbante, porque aquele povo heroico já não existe mais, ficou no passado. O povo se acovardou, faltou fibra, coragem. O amor à pátria sucumbiu ao medo, ao pavor de ter a vida devassada e a reputação assassinada por uma mídia comprada e cúmplice dos algozes do país.

O sol da liberdade foi escondido pelas nuvens negras carregadas de sangue e corrupção por uma ditadura impiedosa que tomou conta do país. Seus raios fúlgidos cederam espaço à opacidade, que já não brilha mais no céu da pátria nesse instante. Em que pese o penhor do povo, não há mais o que se falar em termos de igualdade – isso não pertence mais à nação brasileira. A lei já não é igual para todos. Aliás, a lei nem existe mais, pois é aplicada e interpretada de acordo com a conveniência dos poderosos. Aos aliados tudo, ao povo sim, as duras letras da lei. Até mesmo quando não há previsão legal, eles criam normas e crimes, de molde a incriminar aqueles que se opõem aos seus ideais.

O braço forte que outrora conquistou nossa liberdade, vergonhosamente traiu o seu povo – foi ordinariamente comprado e seduzido pelas benesses do poder.

Desafiar o nosso peito a própria morte aonde? Isso exigiria dignidade, altivez de um povo humilhado e amordaçado por uma censura que atingiu o seu maior valor, o seu maior bem, o seu maior princípio, o seio da nação – a sua liberdade.

Mas a Pátria segue sendo amada e idolatrada, de dentro de casa.

O Brasil ainda sobrevive em nossos sonhos intensos, mas “o amor venceu”, só não desceu à nossa terra. Aquele formoso céu risonho e límpido foi trocado pelas lágrimas de uma população esmagada pelos dogmas de um comunismo tupiniquim, pela nebulosidade da relativização da democracia, da propriedade, da liberdade de expressão, de religião e da ideologia de gênero.

A imagem do Cruzeiro parou de resplandecer, pois foi escondido e sufocado pelas constelações que deixam seus rastros de miséria e fome por onde passam.

Todavia ainda somos gigantes pela própria natureza. Gigantes em corrupção e negociatas nada republicanas. A natureza vem sendo assaltada e vendida para grupos gananciosos estrangeiros. A indústria brasileira, o agro e tudo aquilo que estava conquistando o mercado internacional, está sendo sucateado e propositalmente quebrado. O Brasil já foi belo e forte um dia. Hoje, seu futuro não espelha sua grandeza, mas a covardia e a traição de seus militares – daqueles que deveriam ser os guardiões da democracia e da liberdade do seu povo.

Uma terra que já foi adorada e uma Pátria que já foi amada. Hoje o que se vê são seus filhos migrando para outras terras mil, porque dos filhos deste solo, já não és mãe gentil, ó Brasil!

É chegada a hora de levantar desse berço esplêndido, de encarar com coragem as arbitrariedades da ditadura velada que tomou conta da nação, da censura imposta por um poder subversivo, que inverte os ditames da nossa Constituição. Soberania se conquista com coragem. Um povo covarde, jamais será soberano. Estamos deixando de iluminar o Novo Mundo, para sermos guiados pelos “illuminatis” e pela Nova Ordem Mundial. Aquela terra mais garrida empobreceu rapidamente com saques inescrupulosos daqueles que deveriam por ela zelar. Aqueles risonhos lindos campos e bosques cheios de vida choram e clamam por cuidado e amor.

Mas a Pátria continua sendo amada e idolatrada, de dentro casa, enquanto ainda tivermos nossas propriedades, porque um dia não muito distante, ocuparemos vilas populares que serão verdadeiros alojamentos de trabalhadores.

Caminhamos para sermos uma grande classe operária à serviço dos interesses internacionais.

Realmente, nosso hino nacional está ultrapassado.

Ó Pátria amada

Idolatrada

Nos salve! Nos salve!

Carlos Fernando Maggiolo

Advogado criminalista e professor de Direito Penal. Crítico político e de segurança pública. Presidente da Associação dos Motociclistas do Estado do Rio de Janeiro – AMO-RJ. 

 

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