Apesar da existência de uma orientação do Conselho Nacional de Justiça para que as unidades prisionais dos estados tenham agentes penitenciários concursados, no Maranhão eles representam um pouco mais de 25%, a maioria é de agentes temporários, contratados através de seletivos com indicações políticas através de parlamentares.
Um agente temporário recebe um salário correspondente a 50% dos concursados e não têm direito e insalubridade e muitos menos a adicional noturno. O mais importante de tudo é quem se atrever a denunciar é imediatamente colocado no olho da rua. A mais nova do poderoso secretário Murilo Andrade, do Sistema Penitenciário, os empregados contratados estão sendo obrigados a pagar um percentual do fardamento que é entregue aos efetivos sem qualquer ônus.
Segundo os prejudicados, no Sistema Penitenciário do Maranhão, existe uma república mineira, sempre crescente e os seus integrantes ocupam espaços estratégicos em todas as unidades como uma espécie de observadores do poderoso secretário. O pessoal discriminado não entende o silêncio do Tribunal de Justiça do Estado, que tem o poder de fiscalização e conhece toda a realidade, inclusive de que ressocialização nas unidades é aplicada a um pequeno grupo, que serve como demonstração, o restante que é maioria ampla, é do jeito que o diabo gosta.
Quanto a questão de drogas e privilégios para presos, no Complexo Penitenciário de Pedrinhas, as facilidades existem e são tratadas no sistema de quem pode mais grita menos, o que dá origens a diversos conflitos internos em que de vez em quando um preso morre. As facções impõem as ruas regras, nada diferente do que ocorre nas prisões dos outros estados, dizem agentes temporários.
O Sistema Penitenciário do Maranhão vem sendo bastante beneficiado com as saídas temporárias autorizadas pela Vara das Execuções Criminais, dentro do que trata a Lei das Execuções Penais. A cada saída, uma média de 40 a 50 presos não retorna, o que acaba por contribuir para a diminuição da superpopulação carcerária.