Foi um ato criminoso pela covardia e violência exacerbada praticada pelo sargento PM, Getúlio Protásio Vasconcelos, comandante de uma unidade da Rotam da Polícia Militar do Maranhão. A maior das vítimas foi exatamente, uma mulher e professora, que levou socos violentos no rosto por cobrar respeito aos procedimentos, que estavam sendo executados pelos três militares numa blitz, em que no veículo parado estava além dela e o marido, mais três amigos.
Relata a professora, que na última quinta-feira retornavam de uma pescaria no Cruzeiro de Santa Bárbara, quando foram parados por uma viatura da Rotam. A abordagem foi muito ríspida com a observação informada de que o marido dela dirigia com velocidade desproporcional e exalava odor de quem havia ingerido bebida alcoólica. Em ato contínuo o retiraram do veículo, tendo um militar dobrado o seu braço para trás do seu corpo e um outro lhe aplicou uma gravata. Diante dos fatos, em que não houve discussão para quaisquer argumentos, a professora pegou o seu celular e começou a gravar, temendo pelo que poderia acontecer diante da potencialidade da violência.
Um dos militares tentou arrancar o celular das suas mãos, tendo ela resistido, quando ela já estava fora do veículo. Inesperadamente ela foi agredida por um violento soco, sendo jogada sobre uma das pedras e por pouco a cabeça não bateu em um poste. Ela se levantou e um senhor morador do local tentou socorrê-la, sendo também agredido e em seguida ela levou mais um socorro e foi ao chão. A violência não tomou maiores proporções devido pessoas da comunidade protestarem.
Levaram o marido da professora para delegacia e professora fez BO
Se na delegacia em que a professora registrou o Boletim de Ocorrência houvesse um delegado interessado em apurar os fatos, ele poderia ter acionado imediatamente o Comando da PM para prender o sargento Getúlio e os demais militares para autuá-los em flagrante, uma vez que a violência foi praticada por todos eles, sendo agressão à professora pelo truculento comandante sargento da unidade da Rotam, mas pelo menos ela foi encaminhada para exame de corpo delito.
Violências praticadas por militares esbarram no corporativismo
Lamentável, sob todos os aspectos, o corporativismo militar é bastante acentuado. Os comandantes falam muito, dão impressão de providências, mas a punição se aplica apenas aos sem apadrinhamentos, daí é que impunidade é uma verdade.
Quem não se recorda do caso do assalto a uma agência do Bradesco em Sítio Novo, em que os bandidos fizeram reféns vários moradores colocados dentro de uma van. A camioneta ficou crivada de balas no para brisa dianteiro, nas laterais e no teto, com disparos vindos de helicóptero do GTA. Junto com bandidos foram mortas pessoas inocentes. Não houve um mínimo de interesse em preservar a vida dos reféns. A polícia chegou ao cúmulo de apresentar o corpo de um morador de Sitio Novo, como bandido do assalto, o que gerou muita revolta na cidade.
O Sistema de Segurança Pública chegou até admitir um pedido de desculpas à população de Sítio, principalmente as pessoas que poderiam ter suas vidas preservadas através de negociação com os bandidos, se destinavam para consultas médicas Imperatriz. Como a responsabilidade indiscutível para morte dos moradores da cidade que estavam dentro da van é dos militares, uma vez que apenas no para brisa da van havia o registro de mais de 100 tiros de fora para dentro, além das laterais e do teto.
Como ficará o caso da professora agredida covardemente por Sargento PM?
Sem o mínimo receio de estar errado, temo pelo corporativismo e não duvidem se já não estiver sendo articulado. De há muito ouço que a impunidade gera a audácia dos maus. Um dos problemas sérios para a violência contra a professora é que na atual conjuntura, ela e a sua família estão em sério perigo com ameaças que virão para intimidá-la a não utilizar o seu legítimo direito de reivindicar e lutar por justiça. Pratica conhecida e bastante exercida por elementos iguais ao sargento Getúlio.
Quanto a questão de afastamento dos militares acusados não é resposta para a sociedade e muito menos para as vítimas. É apenas uma medida administrativa temporária, que pode vir com um inquérito administrativo e disciplinar, que muitas vezes não são concluídos e em outros casos arquivados por falta de provas.
Dentro do contexto, o que é mais cruel e bastante dolorido para os bons militares, que honram e dignificam a corporação é que acabam sendo confundidos, e muitas vezes vistos pela sociedade com bastante desconfiança. Os bons militares, e que são muitos, uma maioria bem acentuada, é que seus princípios, valores e educação foram levadas dos seus lares e dimensionados na instituição Polícia Militar do Maranhão. Afinal de contas a Polícia Militar é maior do que todos nós.
Fonte: AFD