No último sábado (12) um projeto de lei foi apresentado na Câmara Municipal de Curitiba, pelo vereador Guilherme Kilter (NOVO), com o objetivo de revogar o título de cidadão honorário do ministro do STF Gilmar Mendes, concedido em 2002. A proposta também declara o ministro “persona non grata” e oficializa Curitiba como o “berço do combate à corrupção no Brasil”.
Kilter justificou citando declarações recentes de Mendes como “ofensivas” a Curitiba e às suas instituições. Uma delas foi feita no sábado, durante o Brazil Conference, evento anual promovido por estudantes brasileiros na região de Boston (EUA). “Fico orgulhoso desse processo que você chamou de ‘desmanche da Lava Jato’. Porque era uma organização criminosa. O que eles faziam em Curitiba era criminoso.”
Outra declaração que ajudou a embasar o projeto de lei de Kilter foram as declarações feitas pelo ministro ao programa Roda Viva, da TV Cultura, em maio de 2023:
“Curitiba gerou Bolsonaro, Curitiba tem o germe do fascismo. Inclusive todas as práticas que desenvolvem, investigações a sorrelfa, investigações atípicas, não precisa dizer mais nada”.
Nas suas críticas, Gilmar Mendes definiu a Operação Lava Jato como uma “organização criminosa” e equiparou práticas da força-tarefa a “conversas do PCC”.
Para o vereador Guilherme Kilter, o ministro do STF, apesar de ter direito à livre expressão, “sistematicamente manchou a reputação do Município que o agraciou”. Nesse contexto, sustentou que manter o título honorário concedido ao ministro seria incompatível com o propósito da homenagem.
Jornal da Cidade Online