Uma das maiores ameaças no momento, segundo o especialista, é a ação movida pela Federação Brasileira das Associações de Síndrome de Down que tramita no STF (ADI nº 7796 – https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=7201802).
Visa obrigar a matrícula de alunos com deficiência no ensino regular a partir da suspenção de leis de apoio do governo do Paraná a entidades como a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae). Para Lucelmo Lacerda, doutor em educação e referência nacional em autismo, o modelo de ensino atual tem promovido uma falsa inclusão, onde alunos não colocados em ambientes escolares que não atendem suas reais necessidades, prejudicando seu desenvolvimento e socialização. O expediente educador e referência nacional em autismo, o modelo atual de ensino no país uma eventual vitória dessa ação, mesmo com âmbito estadual, pode desencadear um efeito dominó que culminaria com a extinção das APAEs em todo o Brasil.
Lacerda defende que o resgate e fortalecimento das escolas especiais, como as APAEs, aliadas a salas especializadas dentro das escolas comuns e salas regulares com os apoios necessários, é o caminho para que os estudantes com deficiência tenham acesso à educação de qualidade. A manifestação do especialista em autismo é que os mais diversos segmentos sociais se mobilizem e muito mais a classe política para garantir o funcionamento das APAEs, inclusive com recursos suficientes para atender as demandas com a devida dignidade humana das pessoas que recebem na instituição, além dos atendimentos técnicos, a solidariedade e respeito digno e humanizado do pessoal que fazem as APAEs em todo o Brasil.
O que não se pode admitir em hipótese alguma é que haja qualquer ação de um dos poderes constituídos do Brasil, que visem penalizar as APAEs, o que seria um enorme retrocesso para a educação e supressão de direitos a dignidade das pessoas com autismo. Quero registrar que, como jornalista e cidadão, com um neto autista, a quem dedico intenso amor, que estou me integrando à luta pelas APAEs, entidade que por dedicação de muitos abnegados com a essência do coração, não medem luta e nem esforços e têm como missão profética de lutar e defender o direito e vida digna das pessoas portadoras do autismo. De um modo especial às crianças, principalmente as que vivem na extrema pobreza da exclusão, da fome e da miséria e bastante utilizadas pela sordidez da política de exploração humana.
Fonte: Agência de Comunicação Misael Freitas e Aldir Dantas