O Superintendente do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) no Rio Grande do Sul, Nelson José Grasselli, que comanda uma autarquia federal da Administração Pública brasileira criada em 1970, com a missão de realizar a reforma agrária, manter o cadastro nacional de imóveis rurais e administrar as terras públicas da União, publicou currículo exibindo invasão de terras três décadas atrás como “experiência profissional,” lhe valeu reconhecimento e nomeação.
Está discriminado no documento como “experiência” a invasão da Fazenda Annoni no município de Sarandi.
O evento em questão, no entanto, é histórico para o movimento social de esquerda. Marca o princípio das atividades do grupo no país porque a Fazenda Annoni, que fica no município de Sarandi (RS), foi a primeira ocupação feita pelos invasores.
Na época, o Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra (MST) conseguiu convencer 7 mil famílias a invadirem o local que, posteriormente, foi transformado em assentamento.
Daquele ano até 1987, o próprio Grasselli atuou como coordenador do acampamento, ascendendo, em seguida, ao posto de diretor estadual do MST no estado gaúcho, presidente de cooperativas, até prefeito de Pontão (RS) e assessor de gabinete do ex-governador Tarso Genro.
Jornal do Agro Online