Penitenciários aguardam reunião com o governo para debates e reivindicações na Mesa Setorial de Negociação

     aldir

Apesar da inquietação da maioria de agentes e inspetores penitenciários, quanto as reivindicações feitas pela categoria junto ao governo do estado, quanto as propostas definidas em assembleia geral da categoria, o presidente do Sindicato dos Servidores Estaduais do Sistema Penitenciário do Maranhão, Antonio Benigno Portela, acredita pela sinalização feita de que o entendimento pode estar bem próximo.

     As questões que mais preocupam a categoria residem na gratificação de nível superior, concurso público para agentes e inspetores penitenciários e aposentadoria especial, dentre outras postulações. Portela diz que o atual governo vem tendo um bom entendimento com a categoria, o que permite discussões e avanços nas negociações, destacando que o secretário Felipe Camarão tem sido muito objetivo e que as conquistas da categoria devem ser contempladas gradativamente, mas a gratificação de nível superior é emergencial para o momento, acrescentou o dirigente sindical.

Participação da União em segurança pública será tema de encontro com governadores

aldirA segurança pública será um dos assuntos da reunião com governadores que ocorrerá no Senado, na quarta-feira (20), para a definição de uma agenda legislativa que reflita interesses urgentes dos estados. O tema está entre os que mais afligem a população, e a pauta prioritária nessa área deve englobar a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 33/2014, que inclui a segurança pública entre as obrigações comuns da União, estados, Distrito Federal e dos municípios.

Proposto pelo presidente do Senado, Renan Calheiros, o encontro será realizado no Salão Negro do Congresso Nacional, a partir das 11h. O presidente da Câmara, Eduardo Cunha, parlamentares, líderes partidários e secretários dos estados também devem participar da reunião. A expectativa é de que se chegue a uma agenda que ajude os estados a destravar investimentos em áreas essenciais, desafio que envolve o reexame do atual pacto federativo.

A PEC 33/2014 foi aprovada pela Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) ao fim de 2014. Com as modificações sugeridas, a segurança pública passaria a figurar no artigo 23 da Constituição, que trata das competências comuns dos entes federativos. Também seria incluída no artigo 24, que fala dos temas sobre os quais tanto a União quanto os estados e o DF podem legislar.

Clareza

No Plenário, o texto de autoria do senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES) passará por dois turnos de discussão e votação. Ferraço argumenta que a Constituição já atribui ao poder público brasileiro, de forma geral, o dever de garantir segurança à população. No entanto, diz ele, é necessário explicitar essa obrigação para todos os níveis do Estado.

“A violência e a criminalidade são fenômenos extremamente complexos e dinâmicos, e para enfrentá-los é necessário um grande esforço integrado e compartilhado”, escreve Ferraço na justificativa. Em sua opinião, trata-se de “uma omissão” dos constituintes de 1988, que deve ser corrigida.

O relator da matéria na CCJ, o então senador Vital do Rêgo do PMDB da Paraíba, agora ministro do Tribunal de Contas da União, apresentou voto favorável com duas emendas de redação, sem alteração no conteúdo da PEC. Vital observou que a área de segurança pública já é compartilhada por órgãos federais (como a Polícia Federal) e estaduais (as Polícias Militares, por exemplo) e, cada vez mais, pelas guardas municipais — que demonstram que os municípios também se ocupam dessa atividade.

Dessa forma, enfatiza o relator, é oportuna a adequação do texto constitucional “a fim de extirpar quaisquer eventuais dúvidas existentes a respeito da competência comum de todos os entes da federação brasileira no que tange à garantia da segurança pública”.

Fundo

Com o aumento da violência, nos últimos anos o governo federal passou a ser mais exigido a participar com recursos para a modernização das instituições de segurança pública dos estados e do Distrito Federal. Há inclusive um fundo específico para a execução de ações relativas à área, o chamado Fundo Nacional de Segurança Pública (FNSP), previsto pela 10.201, de 2010. No entanto, são frequentes as queixas de retenção dos recursos pelo Tesouro Nacional.

Ao sancionar a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2015, a presidente Dilma Rousseff inclusive vetou dispositivo aprovado pelo Congresso que impediria o contingenciamento dos recursos desse fundo.

Agência Senado

Estado e sociedade precisam se unir no combate a assassinato de jovens, dizem debatedores

     aldir

É preciso mobilizar a sociedade e o Poder Público para a gravidade do problema que é o assassinato de jovens no Brasil, recomendou o professor Ignácio Cano, fundador do Laboratório de Análise de Violência, da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), durante audiência pública promovida pela CPI do Assassinato de Jovens, na noite desta segunda-feira (18).

O professor apresentou uma série de dados para embasar sua afirmação. Pesquisa feita em parceria com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), a ONG Observatório das Favelas e a Secretaria de Direitos Humanos (SDH), com foco nos jovens entre 12 e 18 anos, mostra que a violência entre a juventude vem aumentando nos últimos anos.

A pesquisa usou dados do Ministério da Saúde, do DataSus e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), coletados no período entre os anos de 2000 e 2012. Segundo Ignácio Cano, 30% dos jovens morreram vítimas de homicídio no ano 2000. O número subiu para 36,5% no ano de 2012. Na população em geral, o índice ficou estável, perto dos 5%, ao longo do mesmo período.

— É um tema de extrema gravidade, que o Brasil tende a esquecer — lamentou Cano.

Segundo o professor, as projeções apontam que, a cada mil jovens, 3,3 perderão a vida por homicídio antes de completarem a adolescência. De acordo com Cano, a pesquisa registrou que uma mudança ocorreu ao longo dos anos no topo do ranking das regiões mais violentas do país, que mudou das grandes cidades do Sudeste para a região Nordeste. Ele informou que os registros de homicídio entre os jovens são maiores no Nordeste e menores na região Sul. Alagoas tem mais que o dobro da média nacional. Fortaleza, Maceió e Salvador são as cidades mais violentas para a juventude.

Jovens negros

A pesquisa do Unicef, acrescentou o professor Cano, também mostra que os meninos têm risco de serem assassinados 12 vezes maior que as meninas. O risco de meninos morrerem por arma de fogo é mais de quatro vezes maior do que o de meninas morrerem por todos os motivos. A questão racial também tem peso na pesquisa. Jovens negros têm três vezes mais chances de morrerem por homicídios que os jovens brancos.

Na opinião de Ignácio Cano, os sistemas educacionais de qualidade e os programas de transferência de renda podem colaborar com a proteção dos jovens diante da violência. Ele também pediu um controle mais rígido de armas – já que “mais de 80% dos assassinatos são com arma de fogo” –, um maior fortalecimento de políticas sociais, o incremento do combate à impunidade e a ampliação de planos de prevenção e programas de proteção a crianças e adolescentes.

O professor Marcelo Nery, pesquisador do Núcleo de Estudos da Violência da Universidade de São Paulo (USP), registrou que o jovem é, ao mesmo tempo, a principal vítima e o principal ator da violência, e isso é “uma tendência mundial”. Nery apresentou pesquisas que apontam que pessoas negras e de baixa renda são as principais vítimas da violência. Segundo o professor, o risco de negros brasileiros serem atingidos pela violência é de 70 por 100 mil habitantes. Entre os brancos, o número cai para 27 por 100 mil habitantes.

Polícia

O pesquisador Nery também pediu um foco mais regionalizado no combate à violência, já que as razões dos crimes podem mudar conforme a região e o período pesquisado. Segundo Nery, o país precisa criar uma tradição de inteligência de combate ao crime, envolver a sociedade civil e formar profissionais qualificados e em quantidade suficiente para aplicar políticas públicas, como forma de combater a violência. Ele ainda apontou que o jovem negro carrega estigmas e enfrenta preconceitos, por ser vítima de condições sociais mais desfavoráveis.

— Os suspeitos têm um perfil para o policial. Eles estão em certo lugar, têm certa cor e certa classe social. Isso tem que ser quebrado — pediu.

Integrante do Núcleo de Estudos de Cidadania, Conflito e Violência Urbana da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), o professor Michel Misse lamentou a falta de dados sobre a autoria dos crimes no Brasil. Ele pediu para CPI buscar a vinculação da questão do assassinato de jovens à falta de dados sobre a autoria de crimes. Como forma de combater a violência entre os jovens, Misse sugeriu a desmilitarização da polícia, a valorização da carreira policial e a integração de sistemas de combate à violência.

Caminho

Para a presidente da CPI, senadora Lídice da Mata (PSB-BA), o trabalho da comissão mostra ao Brasil que a realidade da violência entre os jovens “infelizmente existe”. A senadora lamentou que, apesar de serem “tão assustadores”, os dados da violência sejam “ignorados e invisíveis para a população”. Segundo a senadora, a comissão poderá, ao fim dos trabalhos, propor políticas públicas que possam reverter ou diminuir a violência contra a juventude e apresentar propostas legislativas que valorizem a juventude.

Lídice registrou a participação popular, já que a audiência foi interativa. Pelo Alô Senado (0800 61 2211), o mineiro José de Paulo Santos afirmou que 89% da população não acreditam no atual sistema de segurança pública. Do Distrito Federal e por e-mail, Catarine Dias apontou a falta de investimento em educação como uma das principais causas da violência. Por meio do e-Cidadania, Dey Wilson, do Rio Grande do Norte, pediu mais políticas públicas para os jovens.

O senador Lindbergh Farias (PT-RJ), vice-presidente da CPI, lamentou que a juventude brasileira esteja morrendo pela milícia, pelo tráfico e pela polícia. Ele também apontou que há uma diferença de tratamento da polícia entre os lugares mais humildes e as regiões mais ricas das cidades. O senador ainda voltou a defender uma reforma na polícia. A senadora Fátima Bezerra (PT-RN) afirmou que a CPI é importante como um instrumento para contribuir com uma reflexão sobre o tema, apontando o caminho mais adequado para o combate à violência entre os jovens.

Agência Senado

Vereador pede informação à prefeitura sobre distribuição de placas de taxi

Um pedido de vista formulado pelos vereadores Pedro Lucas Fernandes (PTB) e Marquinhos Silva (PRB), adiou por 72 horas a votação de um requerimento em que o vereador Manoel Rego (PTdoB) solicita que a Mesa Diretora da Casa encaminhe ofício ao prefeito Edivaldo Holanda Júnior (PTC) solicitando que a Secretaria de Municipal de Trânsito e Transporte encaminhe à Câmara Municipal de São Luís a relação completa e nominal, com os respectivos endereços, de todos os beneficiados com a distribuição de placas de taxi efetivada pela prefeitura no período entre 2013 a 2014.

Manoel Rego teve a iniciativa de acionar a Mesa Diretora da Casa após solicitar, por meio de ofício encaminhado ao secretário Canindé Barros no dia 25 de março, informações sobre 400 placas distribuídas em 2013 e outras 630 que estavam previstas para 2014 e não obter resposta da SMTT até a presente data. O vereador deseja saber, também, os critérios estabelecidos para o acesso ao benefício e data das concessões.

Hoje, com o plenário com quórum suficiente para deliberar sobre a matéria, os vereadores Pedro Lucas e Marquinhos pediram vista e adiaram a votação, provavelmente para a semana que vem.

“Não tenho nada contra o pedido de vista, até porque é um direito de todo parlamentar solicitar vista das matérias que são levadas à deliberação do plenário, mas espero que se resolva esse impasse, pois o que não pode é se pedir informação a um órgão público e obter o silêncio do secretário como resposta”, observou Manoel Rego.

O vereador diz ainda acreditar que a matéria será aprovada por unanimidade devido a sua importância.

“Acredito na seriedade, responsabilidade e transparência da gestão municipal e sou sabedor que os poderes são harmônicos entre si, mas completamente independentes, por isso estou solicitando essas informações porque sei do compromissos dos meus nobre pares com a transparência”, disse Rego

Fonte – Diret/Comunicação/CMSL

 

“Não sejam tímidos ao denunciar a corrupção”, pede o Papa aos bispos

Francisco inaugurou os trabalhos da Assembleia Geral da Conferência Episcopal Italiana, dedicada a “Evangelii Gaudium”, e pediu aos bispos que não sejam tímidos ao denunciar a corrupção, que deixa os jovens sem trabalho. Convidou-lhes para que deixem um espaço maior aos leigos e para que assumam sua responsabilidade social e política, sem querer ser “bispos-pilotos”. Indicou que espera menos documentos abstratos, maior colegialidade e que escutem mais a comunidade, evitando que os congressos promovam as vozes de sempre e que anestesiem a comunidade com padronizações. Sugeriu, além disso, fusões de monastérios e ordens religiosas.

A reportagem é de Andrea Tornielli, publicada por Vatican Insider

O discurso que o Papa Bergoglio dedicou ao episcopado italiano, antes de iniciar um diálogo de portas fechadas, foi breve e denso. Francisco afirmou, antes de tudo, que neste momento histórico, “no qual muitas vezes somos cegados por notícias desconsoladoras, situações locais e internacionais que nos fazem experimentar aflição e tribulação (neste quadro pouco tranquilizador realisticamente), nossa vocação cristã e episcopal é a de ir contra a corrente: ou seja, ser testemunhas alegres do Cristo Ressuscitado para transmitir alegria e esperança aos demais”.

Pediu-lhes para “consolar, ajudar e animar, sem nenhuma distinção, todos os nossos irmãos oprimidos sob o peso de suas cruzes”. É “muito feio”, continuou o Papa, “encontrar um consagrado abatido, desmotivado ou apagado: ele é como um poço seco no qual as pessoas não encontram água para saciar sua sede”.

Francisco insistiu na importância de “se apropriar dos mesmos sentimentos de Cristo, de humildade, de compaixão, de misericórdia, de concreção e de sabedoria”. Convidou os bispos para “não ser tímidos ou irrelevantes na denúncia e na derrota de uma mentalidade difundida de corrupção pública e privada, que conseguiu empobrecer, sem nenhuma vergonha, famílias, aposentados, trabalhadores honestos, comunidades cristãs, descartando os jovens, privando-os sistematicamente de qualquer esperança de futuro, e, sobretudo, marginalizando os fracos e necessitados”. A mesma sensibilidade, acrescentou, “nos faz ir ao povo de Deus para defendê-lo das colonizações ideológicas que lhe tiram a identidade e a dignidade humana”. Uma referência indireta à teoria de gênero, que Bergoglio definiu em termos de “colonização” durante a viagem para as Filipinas, em janeiro de 2015.

O Papa também explicou que nas decisões pastorais e na elaboração dos documentos “não deve prevalecer o aspecto teórico-doutrinal, como se nossos apontamentos não fossem dirigidos ao nosso povo ou ao nosso país, mas, sim, apenas para alguns estudiosos e especialistas”, e pediu que os traduzam sempre “em propostas concretas e compreensíveis”.

Francisco pediu para que reforcem o “indispensável papel” dos leigos, para que assumam “as responsabilidades que lhes cabem”. Os leigos “que têm uma formação cristã autêntica – explicou o Papa – não deveriam precisar de ‘bispos-pilotos’, ‘monsenhores-piloto’ ou de um ‘input’ clerical para assumirem as próprias responsabilidades, seja qualquer nível, do político ao social, do econômico ao legislativo! Pelo contrário, precisam de um bispo pastor!”. Trata-se de uma solicitação para que não peçam bênçãos, apoios ou aprovações à autoridade eclesial para cada passo que é dado em um ambiente social e político.

Bergoglio também indicou que deseja uma maior colegialidade entre o bispo e seus sacerdotes, entre os próprios bispos, “entre as dioceses ricas” de bens materiais ou de vocações “e as que estão em dificuldades; entre as periferias e o centro; entre as conferências episcopais e os bispos com o sucessor de Pedro”. Nota-se “em algumas partes do mundo – acrescentou – uma debilitação difundida da colegialidade, tanto na determinação dos planos pastorais, como no compartilhamento dos compromissos programáticos econômico-financeiros”. Francisco apresentou um exemplo apontando a falta de verificações sobre a “recepção de programas e a realização dos projetos”. “Quando se organiza um congresso ou um evento que coloca em evidência as vozes de sempre, anestesia-se as comunidades, padronizando decisões, opiniões e pessoas, ao invés de se permitir transportar para esses horizontes nos quais o Espírito Santo nos pede para irmos”.

Para concluir, o Papa ofereceu um último exemplo de “sensibilidade eclesial fragilizada em razão do constante enfrentamento dos enormes problemas mundiais e a crise que atinge, inclusive, a própria identidade cristã”, perguntando-se “por qual razão deixam envelhecer tanto os institutos religiosos, os monastérios, as congregações, a tal ponto que quase deixam de ser testemunhas evangélicas fiéis ao carisma fundador?”. E questionou por qual motivo não se juntam, “antes que seja tarde, diante de diversos pontos de vista”.

Fonte – IHUSINOS

Câmara aprova troca de nome de Secretaria

A Câmara Municipal de São Luís (CMSL) aprovou, nesta segunda-feira (16), a Mensagem 13 de autoria do Poder Executivo, que dispõe sobre a mudança de nomenclatura da Secretaria Extraordinária Municipal do Orçamento Participativo (SEMOP) para Secretaria Municipal Extraordinária de Governança Solidária e Orçamento Participativo (SEMGOP). Para que a proposta fosse votada ontem, o vereador Isaías Pereirinha (PSL) apresentou um pedido de urgência com dispensa de pareceres e interstício. A solicitação foi aprovada por unanimidade.

 A rigor, a pasta, que foi criada em maio de 1998, pelo ex-prefeito Jackson Lago (PDT) com o objetivo de coordenar uma gestão democrática com participação popular, ganhará novas metodologias, novos conceitos e novas práticas.

 Assinado pelo prefeito Edivaldo de Holanda Júnior (PTC), o Projeto de Lei 060/2015 que trata da alteração da nomenclatura da pasta, tem seis artigos e explicita como deve ser feita a política de governança solidária, em observância aos princípios norteados na Lei de nº 3.707/1998, que criou o órgão municipal.

 Conforme a mensagem que alterou o nome da secretaria, a pasta será responsável por, além de conduzir as ações da Administração Municipal de São Luís, voltadas à democratização da gestão pública, “garantir a participação popular na elaboração e avaliação dos serviços públicos municipais a todos os cidadãos”.

 O vereador Isaías Pereirinha, que apresentou o pedido de urgência para que a matéria fosse apreciada pelo Plenário da Casa, afirmou que a alteração se fazia necessária para que houvesse uma adequação às exigências da democratização da gestão pública municipal.

“Como a Lei já havia sido criada desde a gestão do ex-prefeito Jackson Lago, havia apenas a necessidade de mudança da nomenclatura, o que foi aprovado por unanimidade pelos parlamentares”, declarou. A SEMOP – agora SEMGOP – é comandada desde janeiro deste ano pelo secretário Olímpio Araújo, ex-titular da Secretaria de Desporto e Lazer.

Diret/Comunicação/CMSL

 

A vocação literária de Frei Betto

Conhecido por sua atuação política contra o regime militar, o autor de “Batismo de sangue” fala de literatura, política e critica os desvios de rota do PT    TAGS: Catolicismo, Direita, Entrevista, escritores, esquerda, Frei Betto, Literatura, Manuel da Costa Pinto, política, PT, Religião

aldir

Manuel da Costa Pinto

Prestes a completar 71 anos e com sessenta livros publicados, Frei Betto descobriu o amor pela escrita muito cedo, quando suas redações escolares (ou composições, como se dizia à época) fizeram os professores identificarem seu talento – mas só se tornou um autor “graças aos generais brasileiros”.

Integrante da Ação Católica, grupo que se opunha ao regime militar, Carlos Alberto Libânio Christo foi preso duas vezes: em 1964 e no período 1969-1973, quando estava no Rio Grande do Sul e participava de uma rede clandestina formada pelos dominicanos para apoiar os insurgentes.

Dessa segunda experiência, resultaram dois livros de cartas, atualmente reunidas num único volume intitulado Cartas da prisão. Começava a se desenhar aí o perfil do religioso e militante que publicou vários títulos de caráter memorialístico – entre eles, Batismo de sangue, que narra os episódios que levaram ao assassinato do ativista Carlos Marighella e que daria origem ao filme homônimo de Helvécio Ratton.

O cruzamento de atuação política com religião aproximaram Frei Betto do cristianismo progressista dos dominicanos e da teologia da libertação, mas jamais sufocaram sua verdadeira vocação – a literatura. Vocação que foi alimentada pela mãe, Maria Stella Libânio Christo, cristã progressista e autora de livros sobre culinária (entre eles, o clássico Fogão de lenha), e pelo pai, Antônio Carlos Vieira Christo, advogado, cronista e ferrenho anticlerical, que chorou copiosamente quando soube que o filho ia ingressar na ordem dos dominicanos, mas que mais tarde se tornaria “fã da teologia da libertação, de D. Pedro Casaldáliga”, segundo Frei Betto.

Na entrevista a seguir, concedida no convento dos dominicanos, no bairro paulistano de Perdizes, o autor de Minas do ouro fala da preocupação de dissociar a ficção das questões ideológicas – que continuaram presentes em suas intervenções públicas, levando-o a participar do programa Fome Zero, durante o governo Lula, mas não o impedindo de ser um crítico dos desvios de rota do PT e da timidez da esquerda.

CULT – Quando a literatura e a escrita aparecem na sua vida?

FREI BETTO Comecei a escrever muito cedo. Sempre conto que, aos oito anos, quando estava no grupo escolar, minha professora, Dercy Passos, entrou na sala com um maço de composições (belo nome que se usava então para as redações) e, ao fazer a correção, deixou a minha por último. No fim, disse à classe: “Vocês deveriam fazer como Carlos Alberto; ele escreve as próprias composições, não pede para os pais fazerem por ele”. Aí meu ego bateu lá em cima… E mais tarde, no primeiro ano de ginásio, no Colégio Marista, meu professor de português me chamou e disse: “Você só não será escritor se não quiser”.  Só que, para mim, ser escritor era coisa de outro mundo, para gente muito erudita. Foi daí que me meti no jornalismo. Comecei, em 1966, por onde muitos almejavam concluir carreira: a revista Realidade.

Mas só me tornei autor graças aos generais brasileiros, ao escrever Cartas da prisão – que foram publicadas primeiramente no exterior [com outros títulos e em volumes separados], primeiro na Itália, em 1971, em seguida na França e em outros países. Depois, em 1977, saíram no Brasil.

CULT A experiência política marcou muito sua literatura. Em que momento surge uma ficção “pura”, sem essa preocupação?

FREI BETTO A militância me dificultou muito na ficção, que é o que mais gosto de fazer. Tive de lutar para me desfazer dessa camisa de força. Meu primeiro romance foi O dia de Ângelo, onde ainda havia essa camisa de força, tinha um pouco das minhas experiências em celas solitárias. Depois vieram Hotel Brasil e Minas do ouro – em que me soltei mais.

CULT Essa mudança coincide com o período posterior à queda do muro de Berlim, quando as grandes questões ideológicas declinam. É só depois disso, por exemplo, que você escreve Hotel Brasil, um romance policial. Há alguma relação?

FREI BETTO Até onde consigo enxergar conscientemente, queria enfrentar o desafio de fazer um policial – duplo desafio de criar a ficção e o mistério, conduzir o leitor até o fim sem que ele descubra quem é o assassino. Foi isso que passou na minha cabeça. Não tive a consciência de que, com a crise das ideologias, iria fazer literatura “pura”.

Reservo 120 dias do ano só para escrever. Não são dias seguidos, mas são sagrados. E muitas vezes estou fazendo ficção e fico árido; daí, inevitavelmente, leio Machado de Assis. Ele me reaquece, provoca minha inventividade. Fui um leitor voraz de Jorge Amado e Erico Verissimo, de quem era amigo e que me ajudou a montar uma biblioteca na penitenciária em que estive preso – e fui muito marcado pela literatura francesa, Camus, o Sartre do teatro e de A náusea.

CULT Falando em Jorge Amado e Sartre, que eram escritores muito engajados, como você avalia a esquerda de hoje?

FREI BETTO A esquerda hoje é uma raridade. Conheci muito intimamente o mundo socialista, na Nicarágua, depois em Cuba, onde durante dez anos, entre 1981 e 1991, fiz um trabalho institucional de reaproximação entre Igreja e Estado. Com a queda do muro de Berlim, a esquerda acadêmica, que nunca teve um trabalho popular, foi cooptada pelo neoliberalismo, a ponto de hoje acontecer uma enorme crise econômica na Europa Ocidental e não haver qualquer proposta de esquerda.

O principal problema filosófico hoje é a desistoricização do tempo. Isso se reflete na esquerda mundial, que está perdendo o horizonte histórico (não tem utopia, não tem projeto), e também no plano pessoal – a dificuldade de se ter projeto pessoal na vida profissional, artística, afetiva (todos ficam vulneráveis a qualquer dificuldade na relação conjugal).

Isso está nos levando à falta de esperança, e faz com que a discussão política desça do racional ao emocional. Sempre participei de discussões políticas e nunca vi nível de animosidade tão forte como agora, porque se apagou o horizonte histórico.

Não é fácil ser de esquerda em um mundo tão sedutor quanto o do capitalismo neoliberal. Daí o problema do PT, que foi perdendo o horizonte histórico de um projeto Brasil e trocando-o pelo horizonte imediato de um projeto de poder.

aldir

Frei Betto, em frente ao Palácio do Planalto: “Não há caldo de cultura para impeachment ou golpe militar” Créditos: Foto José Cruz/ Agência Brasil

CULT Quando percebeu que o PT abandonou seu projeto inicial?

FREI BETTO Isso desaparece na campanha de 2002, quando o PT faz a opção de assegurar a governabilidade pelo mercado e pelo Congresso – daí as alianças e a “Carta aos Brasileiros”, que na verdade é a “carta aos banqueiros”. Ali, o PT abandona sua matéria-prima, que são os movimentos sociais pelos quais deveria ter assegurado a governabilidade, como fez Evo Morales na Bolívia, que não tinha apoio no congresso, se apoiou nos movimentos sociais e, através deles, conseguiu mudar o perfil do congresso. Hoje, ele tem apoio dos dois, é o presidente mais consolidado de toda essa safra progressista. O PT optou pelo mercado e pelo Congresso. Agora, está refém dos dois e pagando um preço muito alto. Tanto que chamou um homem do mercado para ver se melhora a economia e entregou a parte política para o PMDB.

CULT Se você já havia se decepcionado desde a “Carta aos Brasileiros”, por que participou do programa Fome Zero, do governo Lula?

FREI BETTO Achei que a “Carta aos Brasileiros” fosse uma coisa tática, que, uma vez eleito, o PT faria reformas estruturais, tributária, agrária, algum tipo de reforma. Estava altamente entusiasmado. Sempre fui convidado para trabalhar em administração, mas nunca quis trabalhar nem para a iniciativa privada nem para governos. Gosto dessa vida cigana, solta. Quando Lula foi eleito e me convidou para o Fome Zero, achei que trabalhar com os mais pobres entre os pobres – os famintos – se enquadrava em minha perspectiva pastoral e tive todo apoio de meus superiores dominicanos e até de Roma.

Fiquei dois anos e, de repente, o governo matou o Fome Zero para substituí-lo pelo Bolsa Família. Tive então a certeza de que essa opção contrariava a tudo aquilo que o PT vinha pregando desde a fundação. O Fome Zero era um programa emancipador, o Bolsa Família é compensatório. O Fome Zero ia mexer na estrutura do país e por isso foi boicotado pelos prefeitos. Era coordenado por comitês gestores municipais, não passava pelos prefeitos, não havia como usar os recursos para fazer jogo eleitoreiro, então os prefeitos se rebelaram, pressionaram a Casa Civil, que pressionou Lula. No fim, Lula cedeu e eu caí fora.

CULT Você chegou a escrever que o PT faz “populismo cosmético”.

FREI BETTO O erro do Lula foi ter facilitado o acesso do povo a bens pessoais, e não a bens sociais – o contrário do que fez a Europa no começo do século 20, que primeiro deu acesso a educação, moradia, transporte e saúde, para então as pessoas chegarem aos bens pessoais. Aqui, não. Você vai a uma favela e as pessoas têm TV a cores, fogão, geladeira, microondas (graças à desoneração da linha branca), celular, computador e até um carrinho no pé do morro, mas estão morando na favela, não têm saneamento, educação de qualidade. É um governo que fez a inclusão econômica na base do consumismo e não fez inclusão política. As pessoas estavam consumindo, o dinheiro rolando e a inflação sob controle, mas não se criou sustentabilidade para isso. Agora a farra acabou, está na hora de pagar a conta e chama-se o Joaquim Levy [ministro da Fazenda].

CULT Os católicos de esquerda foram preteridos pelo PT por conta dos compromissos com os evangélicos?

FREI BETTO Lula sempre reconheceu que as Comunidades Eclesiais de Base (CEBs) tiveram mais importância na capilaridade do PT pelo território brasileiro do que o sindicalismo. Nos anos 80, havia núcleos do PT no fundo do Maranhão ou do Amazonas graças a essas comunidades. Enquanto foram atuantes, não havia evasão de fiéis para as igrejas pentecostais. Foi o fato de o Pontificado de João Paulo 2º reprimir as CEBs que fez com que os bispos já não as patrocinassem e que muitas pessoas bandeassem para as igrejas evangélicas.

Nas CEBs, o pobre se sente à vontade. Mas numa igreja, não. Você vai à paróquia e só tem classe média, tem a patroa, tudo é centrado no padre – não há convivência como numa comunidade. Ainda existem as CEBs, mas não com aquela força de antes.

As CEBs produziram muitos militantes, como Erundina, Vicentinho, Chico Alencar. As figuras éticas [do PT] têm uma tradição de igreja. O PT é formado por três segmentos: o pessoal da Igreja, o do sindicalismo e o da esquerda – remanescentes da esquerda da época da ditadura (Zé Dirceu, Paulo Vannuchi etc.). O pessoal das CEBs, por formação pessoal, nunca teve muita gana de poder. Aos poucos, ficaram em segundo plano.

Por outro lado, os evangélicos estão armando uma grande estratégia de domínio da política brasileira, que se resume ao seguinte: “Nossos princípios religiosos exigem determinadas atitudes morais e nós só podemos impor isso de duas maneiras: convertendo toda a nação (o que é impossível) ou tendo o poder de fazer a lei civil obrigar as pessoas a agirem como nós queremos (já que a lei é universal)”. Se você tem a caneta, você transforma seu princípio religioso em lei.

ALDIR1

Frei Fernando, Frei Betto, Frei Ivo e Frei Tito (da esquerda para a direita), durante julgamento dos dominicanos em 1971 Créditos: Divulgação

CULT Você vê sinceridade religiosa nessas posturas ou é manipulação de sentimentos reativos dos fiéis?

FREI BETTO As duas coisas. Há os fundamentalistas e há os que são meramente oportunistas. Estes perceberam que aquilo é um manancial de votos. O pastor diz claramente: “o candidato é esse”. Isso não acontece na Igreja Católica – aconteceu lá nos anos 30, com a LEC (Liga Eleitoral Católica), em que o bispo dizia “isso sim, isso não”. Nas igrejas evangélicas, há hoje um direcionamento muito explícito. Muitos políticos estão ali por fundamentalismo, muitos por oportunismo.

CULT Qual sua posição sobre a liberação do aborto?

FREI BETTO Defendo o modelo francês. Tudo deve ser feito pelo Estado para convencer a mulher a não abortar, mas a decisão final é dela. Esse modelo, em primeiro lugar, fez com que acabasse o aborto clandestino e, portanto, diminuísse o índice de mortes. Em segundo lugar, o fato de o médico e o ministro da confissão religiosa da mulher induzirem-na a não abortar aumentou o índice de mulheres que foram à procura do aborto, mas decidiram assumir o filho. Eu mesmo tenho experiência pessoal disso. Já recebi vários adolescentes nessa situação e sempre disse o seguinte: “Tenha o filho e deixe aqui que eu crio, pode deixar na porta do convento”. Nunca ninguém trouxe e hoje tenho uma porção de apadrinhados… Tenho uma posição aberta, acho que aborto em última instância é um direito da mulher e não pode ser criminalizado de jeito nenhum.

CULT Mas isso não vai contra os dogmas da Igreja?

FREI BETTO Não é dogma. Se fosse, a Igreja também teria de ser contra a guerra, não haveria capelão militar e, nos EUA, seria contra pena de morte. Na verdade, há uma ambiguidade na teologia. São Tomás de Aquino aceitava o aborto até quarenta dias após a fecundação, porque ainda não haveria ali, propriamente, uma pessoa – e ele é a doutrina oficial da Igreja. A discussão teológica não está fechada. Tanto que escrevi um texto sobre isso em 1988, que circulou na CNBB, e nunca recebi advertência. Aliás, nesse texto digo que “se homem parisse, aborto seria um sacramento”…

CULT E em relação ao casamento homossexual?

FREI BETTO O fundamento da relação de qualquer ser humano é o amor – e, se há amor, há Deus. O tema da sexualidade e da família está congelado na Igreja Católica desde o século 16. Tentou-se várias vezes abrir esse tema nos concílios, mas ele foi podado. Acho que o papa Francisco, muito inteligentemente, está conseguindo quebrar esse preconceito. Em vez de falar “vamos aceitar o casamento homoafetivo”, ele fala “esses casais têm filhos, as crianças não têm direito à catequese?”. Com isso, já abriu o caminho. Ele acaba de receber no Vaticano um transexual espanhol que foi discriminado pelos bispos e que agora vai casar. Foi um escândalo na Espanha, tanto que dizem que a direita de lá reza assim para o papa: “Senhor, iluminai-o ou eliminai-o”.

CULT Outro tema atual que divide a opinião pública é a redução da maioridade penal. Qual sua posição?

FREI BETTO Criminalizar a juventude é uma maneira cômoda de se omitir naquilo que deveria ser feito para evitar a criminalidade juvenil: dar educação. É o caso das UPPs do Rio: a polícia sobe à favela, mas não sobem escola, teatro, cinema, esporte, música – e o traficante não quer que seu filho seja bandido, quer que ele seja doutor. Uma geração já poderia ter sido salva no Rio se os equipamentos sociais também tivessem subido às favelas.

CULT Como militante e ex-preso político, como vê o clamor pelo impeachment da presidente e pela volta da ditadura?

FREI BETTO Não me preocupam ameaças de impeachment ou golpe. Não há caldo de cultura. Os militares nem saem de farda na rua. Militar, no Brasil, antes andava orgulhosamente de farda, até para arrumar namorada…

O que me preocupa é a despolitização da juventude brasileira. Os segmentos de esquerda deveriam estar preocupados com a politização, como houve imensamente nos anos 70 e 80. Não há mais formação de consciência crítica – e aí o pessoal vai no emocional, no oba-oba da volta dos militares, sem ter ideia do que foi a ditadura, que pode parecer que foi tranquila, mas é porque havia uma censura brutal. Estamos voltando a esse nível de desinformação, a esse horror à política.

Fonte – UOL/CULT

Dom José Belisário foi eleito segundo vice-presidente do Conselho Episcopal Latino- Americano (CELAM)

aldir

A nova presidência do Conselho Episcopal Latino-Americano (Celam) foi eleita na tarde de ontem, 13, durante a 35ª Assembleia Geral da entidade, que acontece em Santo Domingo, capital da República Dominicana. O arcebispo de São Luís (MA), dom José Belisário da Silva, foi eleito segundo vice-presidente do Celam. Dom Belisário ocupou a vice-presidência da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) de 2011 até abril deste ano, quando foi eleito delegado da Conferência para o Celam. O cargo de segundo vice presidente estava sob responsabilidade do arcebispo de Campo Grande (MS), dom Dimas Lara Barbosa.

 O novo presidente do Celam é o arcebispo e Bogotá (Colômbia), cardeal Rubén Salazar Gómez. O primeiro vice-presidente é o bispo de Mercedes (Uruguai), dom Carlos María Collazzi. Ainda serão confirmados os nomes do secretário geral e do presidente do Comitê Econômico do Conselho.

A Assembleia também escolhe os membros do corpo diretivo do Celam, responsáveis pelos departamentos da instituição. Foram eleitos até o momento o presidente do Departamento de Comunhão e Diálogo e do Departamento de Comunicação e Imprensa, respectivamente, o bispo auxiliar de Valparaíso (Chile), dom Santiago Silva Retamales; e o bispo de Melo (Uruguai), dom Heriberto Bodeant.

Ainda serão confirmados os escolhidos para comandar os departamentos de Missão e Espiritualidade; Vocações e Ministérios; Família; Vida e Juventude; Cultura e Educação; e Justiça e Solidariedade.

Programação da Assembleia

Na sexta-feira, 15, a Eucaristia com Laudes será presidida pelo novo presidente do Celam. Após a missa, haverá a apresentação do Informe II, sobre a realidade sociopolítica de alguns países, além de intervenções dos convidados de agências de cooperação. Na conclusão dos trabalhos, será marcada a próxima Assembleia e realizada uma avaliação do encontro.

Dom José Belisário

O arcebispo de São Luís do Maranhão é natural de Carmópolis (MG). Nascido em 4 de agosto de 1945, estudou Filosofia no Convento São Boaventura de Dalton Filho (RS) e na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Divinópolis (MG). Cursou Teologia no Instituto Central de Filosofia e Teologia da Universidade Católica de Católica de Minas Gerais. Também tem formação em Espiritualidade Franciscana pela Cefepal de Petrópolis (RJ).

Dom José Belisário da Silva foi ordenado padre em dezembro de 1969. Foi nomeado bispo da diocese de Bacabal (MA) em dezembro de 1999. A ordenação episcopal aconteceu no dia 19 de fevereiro do ano seguinte, em sua cidade natal. O lema escolhido é “Invisibilem tamquam videns” (Como se visse o Invisível). Em 2005, foi nomeado arcebispo de São Luís.

Durante a 49ª Assembleia Geral da CNBB, em 2011, foi escolhido vice-presidente da entidade, compondo a presidência ao lado do arcebispo de Aparecida (SP), cardeal Raymundo Damasceno Assis, eleito presidente na época, e do então bispo prelado de São Félix do Araguaia (MT), dom Leonardo Steiner, eleito secretário geral e posteriormente nomeado bispo auxiliar de Brasília (DF).

Novo presidente do Celamaldir

O cardeal Rubén Salazar Gómez nasceu no dia 22 de setembro de 1942. Foi ordenado sacerdote em maio de 1967. Sua sagração como bispo foi em 11 de fevereiro de 1992. Foi proclamado cardeal pelo papa Bento XVI, no dia 24 de novembro de 2012.

O arcebispo esteve à frente das sedes episcopais de Cúcuta, Barranquilla e atualmente trabalha em Bogotá. Cardeal Salazar Gómez presidiu a Conferência Episcopal Colombiana de 2008 a 2011, sendo reeleito para o período seguinte. Ele também é membro do Pontifício Conselho Justiça e a Paz e da Comissão para a América Latina, ambos do Vaticano.

Dom Carlos María Collazzialdir

Nascido na cidade de Rosário, departamento de Colonia (Uruguai), em 1947, foi ordenado sacerdote Salesiano de Dom Bosco, no dia 4 de outubro de 1980. Sua nomeação episcopal para a diocese de Mercedes ocorreu no dia 14 de fevereiro de 1995. No dia 26 de março do mesmo ano foi ordenado bispo.

Ex-diretor da Casa de Detenção de Pedrinhas com preventiva decretada pretende se entregar e abrir a boca jogando farofa no ventilador

aldir

O bacharel em direito Cláudio Henrique Bezerra Barcelos, ex-diretor da Casa de Detenção do Complexo Penitenciário de Pedrinhas, responsável pela fuga de três assaltantes de bancos pela porta da frente da unidade prisional, está foragido depois que teve a sua prisão preventiva decretada pela justiça. Orientado pelos seus advogados, ele deve se entregar as autoridades policiais para em seguida os seus defensores solicitem a revogação da preventiva, uma vez que ele foragido, dificilmente a justiça atenderá qualquer pedido de liberdade.

     Segundo comentários que teriam sido feitos pelo próprio acusado, inclusive de ter recebido a importância de 300 mil reais, ele estaria disposto a não ser o único a ir para o sacrifício, diante de uma prática comum dentro das unidades prisionais, durante o período negro da administração de Sebastião Uchôa. Quando ele foi preso à época, o secretário anunciou publicamente que foi ele quem solicitou investigações da DEIC. Embora a Policia Civil tenha anunciado que monitorava o acusado há mais de três meses, mostrou total fragilidade deixando ele facilitar a fuga dos três bandidos. O certo é que a partir das informações com os nomes de todos os plantonistas na Cadet e a existência de uma autorização por escrito divulgados aqui no blog é que foi registrada a prisão.

     A verdade que Cláudio Barcelos facilitava saídas de presos e naturalmente recebia uma boa grana, e segundo se comenta, as facilidades eram tantas, que muitos praticavam assaltos e imediatamente retornavam ao presidio e nunca apareciam no rol dos suspeitos. No Cadeião do Diabo à época o esquema funcionava muito bem  e com certeza nas demais unidades, daí que os presos não eram recolhidos às celas para dificultar a conferência. Era um esquema grande e que era do conhecimento da direção do Sistema Penitenciário. Cláudio Barcelos sabe que ele pode ser o único a ser responsabilizado, mas estaria disposto a denunciar muita gente envolvida.

     Com o muro do Cadeião do Diabo derrubado por uma caçamba, quantos presos fugiram ?

      Quando o muro do Cadeião do Diabo foi derrubado por uma caçamba, a então Secretaria de Justiça e Administração Penitenciária nunca informou corretamente o número de presos que fugiram, tendo na ocasião iniciado com 11 e indo até 67, mas a verdade é que foi muito mais. Muitos detentos foram mandados embora com orientação para levarem até as suas malas e a conferência nunca foi cobrada à época pela Vara das Execuções Criminais e nem pelo Ministério Público. O Cláudio Barcelos, então pessoa da mais alta confiança de Sebastião Uchôa e com poder de fiscalização, era bastante respeitado e até temido e tinha articulações com monitores e o reduzido número de agentes penitenciários indicados pela direção da SEJAP para trabalhar nas unidades prisionais. A intenção do pessoal envolvido no tráfico de drogas, armas, celulares e facilidades para fugas e assassinatos é colocar os crimes como responsabilidade de Cláudio Barcelos, mas pelo que se comenta, o fardo é muito pesado, e ele apesar de ser gordinho, não tem preparo físico para tanto, daí que distribuir o peso com os demais comparsas deve ser a sua alternativa. Agora é aguardar se ele vai se entregar ou se está fazendo jogo para evitar diligências que visam prendê-lo e assim fugir para lugares mais distantes.

Mais um decreto de morte aos povos indígenas

           “Talvez nada de novo, ou nada pior, pois as práticas criminosas e violências contra os povos indígenas continuam no dia a dia. Andando pelos acampamentos e aldeias indígenas do Mato Grosso do Sul se
percebe que toda a barbárie reunida no decreto 1216 é de alguma forma a realidade ali encontrada. Apesar disso tudo estivemos numa aldeia onde se estava fazendo uma casa de bioconstrução onde a terra é a mãe, a mestra e o escudo contra todas as maldades que estão fazendo contra os Kaiowá Guarani e outros
povos dessa região”, escreve
Egon Heck, do secretariado nacional do CIMI, ao enviar o artigo que publicamos a seguir.

Eis o artigo.

Mais um dia amanhece. Sobre a cabeça de quase um milhão de habitantes primeiros, nativos deste país Brasil, um novo decreto de morte.  Ou melhor, covardemente se formula um novo e desavergonhado  projeto de lei – PL 1216/2015 para garantir uma cova única para todos os indígenas do país. É o equivalente ao que os Guarani-Kaiowá e outros povos disseram ao serem ameaçados de expulsão de seus territórios “ordenem a morte de todos. Cavem valas comuns e enterrem a todos nós”.

Tudo de pior que já se formulou contra os povos indígenas está contido nestes 28 artigos e parágrafos deste PL. Infâmia, diriam os menos exaltados. Blasfêmia contra Deus e contra a vida, diriam os mais religiosos.

Absurdo inominável, diriam os mais sensíveis às causas sociais. Decreto de morte, Y Juca Pirama, o índio, aquele que deve morrer, clamariam as hostes anti-indígenas em suas trincheiras de covardia.

A simples formulação e apresentação do projeto de lei, envergonha o país e o parlamento, cujos membros deveriam representar os direitos do povo brasileiro, desde seus primeiros habitantes até o cidadão dos mais recônditos espaços do país.

Como brasileiro nascido no Rio Grande do Sul, sinto-me vilipendiado por uma proposta dessa natureza. Jamais poderia imaginar que da terra de Sepé Tiaraju e milhares de mortos na resistência, pudessem surgir bombas tão mortíferas.

Os decretos de morte não passarão, não irão se sobrepor às forças da vida de mais de 300 povos indígenas deste país. Que Tupã e todas as forças guerreiras, dos nhanderu, dos encantados e todos os que acreditam e lutam pela justiça, possam impedir mais essa investida contra os povos indígenas.

Fonte – IHUSINOS