Desde a noite da última sexta-feira, os policiais civis do Maranhão retomaram a greve geral por salários compatíveis com o exercício profissional e condições dignas de trabalho. Hoje estive conversando com Heleudo Moreira, presidente do Sindicato dos Policiais Civis do Maranhão, quando manifestou a sua indignação pela falta de um mínimo de seriedade dos interlocutores do Governo do Estado para com a categoria. Relatou que suspenderam a greve da categoria no dia 10 de agosto, atendendo uma solicitação dos secretários Jeferson Portela e Márcio Jerry Barroso, para que sentassem em uma mesa de negociação, ficando acertado que no máximo até o dia 04 de setembro o processo estaria totalmente definido. Conversamos por algumas vezes, mas em nenhuma delas foi feita proposta concreta, muito embora tenhamos repetido sucessivas vezes, que o governador Flavio Dino valorizou muito bem os delegados e simplesmente desconheceu a existência dos policiais civis. Para que se tenha uma dimensão da realidade, o salário de um investigador de policia com mais de 25 anos de trabalho é correspondente a 20% do que ganha um delegado e menor do quanto ele recolhe na fonte para o imposto de renda. Não somos contra os salários dos delegados, muito pelo contrário entendemos que eles merecem, assim como merecemos remuneração melhor pelo importante trabalho que executamos em favor da sociedade, destaca Heleudo Moreira.
Apesar da proposta dos secretários Marcio Jerry e Jeferson Portela ter sido encerrada no dia 04 de setembro para a apresentação de uma proposta salarial digna, estendemos o prazo até o dia 09 e posteriormente até o dia 17 do corrente, uma vez que para o dia 18 estava marcada uma Assembleia Geral Extraordinária com a categoria, justamente para a apresentação da proposta do governo. No dia anterior estivemos no Palácio dos Leões com os secretários Márcio Jerry e Jeferson Portela e nada de concreto foi apresentado. Durante a assembleia, a categoria ficou bastante revoltada pelo que ela considera falta de respeito e o engodo com o jogo de empurra dos prepostos do governo, se furtando aos princípios mais elementares da seriedade e da verdade e até mesmo o compromisso do Poder Executivo com a segurança da população maranhense, que vive a mercê das regras impostas pela bandidagem.
Heleudo Moreira, presidente do SINPOL, mandou um recado para a população, relatando que todos os esforços foram feitos pela categoria com vistas a um entendimento, mas infelizmente o Poder Executivo, mantém-se irredutível em negociar em favor de um caso de justiça salarial, proporcionando a penalização de cidadãos que têm direito constitucional a uma segurança composta também por cidadãos, que precisam de salários compatíveis a todos os riscos a que estão expostos todos os dias, afirmou o dirigente do SINPOL.