A militante de oposição ao ditador venezuelano Nicolás Maduro, Maria Corina Machado, demonstrou profunda gratidão, nesta sexta-feira (10), ao afirmar ter aceitado a honra de receber o Prêmio Nobel da Paz de 2025. Mas destacou que a premiação é um imenso reconhecimento da luta de todos os venezuelanos e um impulso para libertar a Venezuela da ditadura.
“Estamos no limiar da vitória e, hoje, mais do que nunca, contamos com o presidente [Donald] Trump, o povo dos Estados Unidos, o povo da América Latina e as nações democráticas do mundo como nossos principais aliados para alcançar a liberdade e a democracia. A Venezuela será livre!”, disse Corina, ao destacar o apoio do presidente norte-americano, na rede social X.
O Comitê Norueguês do Nobel ressaltou que Corina cumpriu os seguintes requisitos para ser premiada: uniu a oposição, resistiu à militarização e apoiou uma transição democrática, ao tentar disputar a Presidência com o ditador Nicolás Maduro, e ser impedida de concorrer, no ano passado, e, ainda assim, apoiar Edmundo Gonzalez como nome da oposição, após a ditadura também barrar uma indicada sua para a disputa.
Veja a manifestação pública de Maria Corina Machado:
Com profunda gratidão, aceito a honra de receber o Prêmio Nobel da Paz, que o Comitê Norueguês do Nobel me confere, em nome do povo da Venezuela, que lutou por sua Liberdade com admirável coragem, dignidade, inteligência e amor.
Nós, venezuelanos, sofremos 26 anos de violência e humilhação nas mãos de uma tirania obcecada em subjugar os cidadãos e esmagar o espírito da nação. O aparato de opressão tem sido brutal e sistemático, marcado por detenções, torturas, desaparecimentos forçados e execuções extrajudiciais, todos os quais constituem Crimes Contra a Humanidade e terrorismo de Estado.
No entanto, a resposta do povo tem sido firme e inflexível. Forjamos um formidável movimento cívico, superamos as barreiras que o regime construiu para nos dividir e unimos a nação em um poderoso anseio: Paz na Liberdade. Esta longa jornada teve custos indescritíveis: milhares de vidas sacrificadas e milhões forçados a deixar sua terra natal.
Hoje, estamos muito felizes em alcançar nosso objetivo. Este prêmio é um impulso único que injeta energia e confiança nos venezuelanos, tanto dentro quanto fora do país, para concluir nossa tarefa. Este imenso apoio demonstra que a comunidade democrática global compreende e compartilha nossa luta. É um firme apelo para que a transição para a democracia na Venezuela seja realizada imediatamente, assim como tão veementemente determinamos na vitória eleitoral de 28 de julho.
Nós, venezuelanos, reconhecemos que, assim como demos tudo em nossa luta cidadã, o apoio de nossos verdadeiros aliados foi decisivo. Aos povos das Américas e do mundo, e aos seus bravos líderes que estão conosco, transmito minha mais profunda gratidão do fundo do meu coração. A história da Venezuela escreverá seus nomes indelevelmente.
Nosso povo entendeu que não pode haver Paz sem Liberdade e que conquistá-la e defendê-la requer enorme força moral, espiritual e física. A Venezuela será livre, e sua conquista propagará coragem e esperança por todas as Américas, porque liberdade, democracia e prosperidade são os pilares que nos unem.
A todos os venezuelanos: este prêmio é seu. É um reconhecimento do que conquistamos juntos e um lembrete do que ainda resta.
Agora, avançamos com ainda mais força, confiança e fé inabalável, porque caminhamos de mãos dadas com Deus, até o fim.
Maria Corina Machado
Fonte: Diário do Poder