São Luís precisa de respeito e tratamento digno de Patrimônio Cultural da Humanidade

São Luís nas comemorações dos seus 409 anos, está sendo reverenciada em versos e prosas e com a sua maravilhosa e diversificada cultura, e se tem a impressão de que a cidade dos azulejos e dos sobradões, esteja pelo menos em processo de recuperação do seu grande e valioso acervo, que lhe favoreceu o reconhecimento pela Unesco, como Patrimônio Cultural da Humanidade. Dentro do coração do centro histórico e apenas com referências das ruas do Sol e da Paz, a realidade nos dá uma mostra de como é o grande e doloroso número de prédios abandonados. O Palácio das Lágrimas, localizado na esquina da rua da Paz com rua de São João, que se tornou referência com as faculdades de farmácia e bioquímica e odontologia, chegou a merecer um ensaio de recuperação e logo depois foi abandonada pela Universidade Federal do Maranhão.

Na rua do Sol, prédios históricos já foram transformados em estacionamento e maioria aguarda a destruição total pelo tempo. A foto mostra o prédio em que na administração do prefeito Edivaldo Holanda Júnior, funcionou a Secretaria Municipal de Planejamento, que foi destruída por um incêndio. Ele continua alugado e longe da resolução de uma ação que tramita na justiça. O poder municipal teria assumido a responsabilidade de reconstrução e deveria para tanto ter feito o devido e correto seguro quando do contrato de aluguel, mas depois recuou e a decisão ficará para a justiça. Atualmente existem apenas as paredes, escoradas por armações de madeira, mas o aluguel continua mantido e com as devidas correções e não vai demorar para ruir.

A rua dos Afogados é outra referência de prédios que foram transformados em estacionamentos, que inclusive grande parte de casas e sobrados foram destruídos pelos próprios proprietários, que não têm interesse ou condições para a recuperação. Se houvesse uma fiscalização mínima e autoridade eficiente, todos os prédios abandonados já deveriam ter sido desapropriados. As citações acima, são apenas uma amostra do elevado número de casos sérios, que envolvem centenas de prédios em ruas do centro histórico.

A recuperação do acervo patrimonial não é tratada com a seriedade do problema pelas autoridades, o que temos visto são buscas de parcerias com a iniciativa privada bastante precária e com resultados muito tímidos. Entre o que é recuperado e o que é totalmente abandonado, a diferença é muito grande em favor do que está sendo destruído.

As comemorações são importantes e se fazem necessárias para alegrar a todos e principalmente pelas manifestações da essência do coração dos poetas, compositores e a grande cultura que proporciona orgulho não apenas aos ludovicenses, mas a todos os maranhenses. Com efervescência semelhante deveriam todos os segmentos sociais se posicionarem em favor do acervo patrimonial da cidade, não apenas cobrando das autoridades, mas pelo menos cada um procurando fazer as suas partes, como o IPHAN, que tem sido bem presente na problemática. Afinal de contas, São Luís merece respeito e tratamento digno.

Fonte: AFD

 

 

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