Operação “Vendilhões” tirou o padre Robson, do ‘Divino Pai eterno’, de fazer programas de TV

Padre Robson estava no ar na Rede Vida todos os dias da semana com o programa “Divino Pai eterno”, em que fazia reflexões a partir de leituras bíblicas. Mas está afastado das funções desde o início da operação Vendilhões, em que o pároco é investigado por desvio de recursos doados por fiéis para compras de imóveis não ligados à atividade religiosa. E a determinação é que fique fora da TV e de qualquer outra transmissão nas rádios e Internet até, pelo menos, 23 de janeiro de 2021, quando será feita a reavaliação das circunstâncias.

“A denúncia está causando escândalo entre os fiéis, está prejudicando a vida pastoral do Santuário do Divino Pai Eterno, a comunhão eclesial e a boa reputação do próprio sacerdote (…) Com a intenção de tentar proteger a boa reputação tanto da Igreja quanto do Revmo. Pe. Robson de Oliveira Pereira, para evitar escândalos e encorajar o clérigo a retomar sua boa fama, decreto: O Revmo. Pe. Robson de Oliveira Pereira está proibido de participar, realizar e protagonizar programas de televisão, rádio ou internet. Isso inclui conceder qualquer entrevista jornalística ou de natureza semelhante”, diz trecho da limitação do exercício ministerial expedida pela Arquidiocese de Goiânia.

A Rede Vida tem feito um rodízio de padres na apresentação do programa para substituir Robson de Oliveira Pereira. Procurada, a emissora não se manifestou sobre o caso. O goiano, de Trindade, pediu afastamento das suas atividades no dia 21 de agosto. O que inclui não apenas a carreira na TV, como também a presidência da Afipe (Associação Filhos do Pai Eterno, que é responsável pela administração do Santuário Basílica de Trindade). O decreto da Arquidiocese de Goiânia também diz respeito a revogar outras atribuições do padre, como celebrar missas. Ele também está livre de usar o hábito eclesiástico (as vestimentas).

Padre Robson, de 46 anos, ainda é suspeito de falsificação de documentos, sonegação fiscal, associação criminosa e lavagem de dinheiro. A investigação do Ministerio Público começou após o religioso sofrer extorsões em dinheiro, e todas foram pagas (estima-se que ao todo foram R$ 2,9 milhões). Um dos hackers acusados de participarem de um esquema de extorsão foi apontado como um affair do sacerdote pela Justiça de Goiás.

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