O senador Esperidião Amin (PP-SC) voltou a criticar a condução do Inquérito 4.781 do Supremo Tribunal Federal (STF), que apura os atos do dia 8 de janeiro. No entanto, comemorou o que, segundo ele, é uma “consequência do descontentamento dos colaboradores do ministro Alexandre de Moraes”. O senador alegou que os vazamentos publicados pelo jornal Folha de São Paulo revelaram ao Brasil as “arbitrariedades” praticadas pelo ministro.
“Um inquérito que desconsidera o Estado de direito e está estabelecido desde março de 2019, debochando do Estado democrático de direito e da democracia que nós almejamos. A última consequência, a mais escandalosa também, é que um dos colaboradores do ministro Alexandre de Moraes, o Sr. Tagliaferro, estaria se sentindo ameaçado. Isso é mais ou menos como a bênção do WikiLeaks, jamais deveria ser considerado um vazamento e, sim, uma conquista da democracia do mundo”, disse.
O senador enfatizou que a decisão do STF de colocar Alexandre de Moraes à frente das investigações sobre os vazamentos é uma “agressão contra a sociedade”. O parlamentar alegou que a decisão fere o princípio da imparcialidade, uma vez que o próprio ministro está envolvido no caso.
“Investigar a cena em que teriam sido cometidos crimes, contravenções e abusos de poder por alguém, e ser este alguém o investigador, escancaradamente, isso é o cúmulo. O acusado, o suspeito, o possível réu, é o investigador. Só que é o investigador daquilo que pode comprometê-lo, e ele está aqui fazendo julgamento. Mas o principal responsável pelas acusações que derivam desses fatos é o próprio ministro. E ele avocar para si, com consentimento de todos, inclusive com a nossa passividade aqui?”, questionou.
Jornal da Cidade Online