Em todo o mundo, uma pessoa em cada 150 vive em situação de escravidão moderna, de acordo com a Organização Internacional do Trabalho (OIT), agência especializada da ONU. O número total de pessoas afetadas é de 50 milhões — acima dos 40 milhões de apenas quatro anos atrás, segundo a organização.
O que é “escravidão moderna”?
A escravidão moderna é um termo abrangente que descreve a exploração de pessoas por meio de práticas que incluem:
- Trabalho forçado: qualquer trabalho que as pessoas são obrigadas a fazer contra sua vontade.
- Servidão por dívidas: quando as pessoas são forçadas a trabalhar para pagar dívidas.
- Escravidão baseada em descendência: quando as pessoas nascem na escravidão e são tratadas como propriedade.
- Casamento forçado: quando alguém se casa contra sua vontade e não pode sair.
- Servidão doméstica: isso nem sempre é escravidão, mas os empregados domésticos podem estar em casos de abusos e exploração a portas fechadas.
“Tudo se resume à exploração de pessoas vulneráveis, geralmente para ganhos econômicos”, diz Monti Datta, professor associado de ciência política na Universidade de Richmond, nos Estados Unidos, e ativista contra a escravidão. “Ocorre com base em coerção, que pode ser física ou psicológica.”
Quantas pessoas são obrigadas a fazer trabalho forçado?
A OIT diz que 27,6 milhões de pessoas são obrigadas a fazer trabalho forçado. Os trabalhadores migrantes são particularmente vulneráveis a isso. São pessoas de países pobres que são recrutadas para trabalhar no exterior em indústrias como construção, agricultura, confecção de roupas e tarefas domésticas, que ficam presas nesses empregos e não podem viajar para casa e nem mesmo transitar nos grandes centros, locais em que estão sendo submetidos a escravidão. “Muitas pessoas são presas em trabalhos forçados e traficadas quando os empregadores podem explorá-las impunemente”.
Agência Reuters