Os novos “Maduros” da Terra dos Papagaios

“Ao longo da história, sempre houve tiranos que, em suas épocas, pareciam invencíveis. No fim, todos eles caíram”. (Mahatma Gandhi. (1869-1948), líder pacifista indiano).

Em entrevista ao Estadão, em 19/09/2024, Paulo Kramer, cientista político, consultor de riscos, assessor parlamentar da liderança da minoria na Câmara dos Deputados e professor aposentado da Universidade de Brasília (UnB), 67 anos, afirma:

– “Nós estamos vivendo um problema que eu chamo de golpe em câmara lenta. Este processo começou quando o ministro (Dias) Toffoli (então presidente do STF) se sentiu ameaçado pelas investigações da Lava Jato e designou seu colega, o ministro Alexandre de Moraes, para promover esse verdadeiro inquérito do fim do mundo, que não tem fim – o inquérito das fake news, que acaba incluindo tudo que ele considera prejudicial à sua visão de democracia. A partir daí, uma série de medidas foi tomada para beneficiar o lado do (hoje presidente Luiz Inácio) Lula (da Silva) e prejudicar o lado do (hoje ex-presidente Jair) Bolsonaro”.

E vai mais longe em suas afirmações:

– “Houve a ‘descondenação’ do Lula, que havia sido condenado em três instâncias, justamente com a intenção de permitir que ele disputasse a Presidência de novo.

Depois, isso ficou mais patente ainda durante a eleição de 2022, quando o senhor Alexandre Moraes exerceu a presidência do TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

É só comparar as ações que ele determinou contra um dos lados e quase não determinou contra o outro que você vê que não houve equilíbrio nas decisões em relação aos dois principais concorrentes. Desde então, esse processo vem tendo desdobramentos em série e é isso que eu chamo de um golpe em câmara lenta”.

Um golpe em câmara lenta! Sim, amigos, o professor foi certeiro em sua análise.

Isso nos leva a composição do STF, aos 11 ministros, hoje liderados por Moraes e quem são eles, pois esses cargos deveriam ser ocupados por pessoas que provassem ter consciência, ética, sabedoria e responsabilidade sobre a função que iriam desempenhar. Não qualquer um. Não qualquer advogado. Não qualquer doutor. Não qualquer amigo do governante. Não.

Os ocupantes destes cargos devem ser desprovidos de ambições pessoais, não devem ter vínculos com o poder, devem ser a consciência da nação e zelar pela Constituição. A escolha do novo ministro pelo presidente deve ser baseada nos critérios constitucionais, que são: “ser brasileiro nato, ter entre 35 e 65 anos de idade, ter reputação ilibada, possuir notório saber jurídico”.

Notem que são critérios simples: o indicado do Presidente deve ser uma pessoa de reputação ilibada, isto é, uma pessoa ética, que não se envolveu com práticas ilícitas, além de notório saber jurídico.

A pessoa escolhida e indicada pelo Presidente é encaminhada para o Senado, onde passará por uma sabatina para que os senadores determinem a aprovação ou rejeição do indicado do presidente. Alexandre de Moraes foi indicado, aprovado e hoje é o líder de todos os “supremos”.

Jornal da Cidade Online

 

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