Lamentável sob todos os aspectos é que os desmandos, a incompetência e as fragilidades que se constituiram em marcas registradas da administração passada da Secretaria de Justiça e Administração Penitenciária, continuam sendo semeadas na atual e com perspectivas de incremento de possíveis conflitos e confrontos entre a própria população carcerária e com a segurança das unidades prisionais. A última importante medida adotada dentro do Sistema Penitenciário ocorreu durante o pequeno período em que a pasta esteve sob a direção do delegado Marcos Afonso Júnior. Foi dele a determinação para que todos os presos das mais diversas unidades fossem recolhidos aos pavilhões e celas, uma vez que estavam acostumados a ficar soltos, através de acordos feitos com a direção anterior da SEJAP.
Às primeiras horas da noite de ontem, três bandidos conseguiram fugir do Presidio São Luís 1. Os irmãos Tiago Sousa e Erivaldo Santos Sousa, perigosos assaltantes de bancos e José de Oliveira Júnior, autor de duplo homicídio conseguiram escapar da unidade prisional pela porta da frente e intimidando a segurança do Complexo de Pedrinhas empunhando um revólver calibre 38, fazendo inúmeros disparos. Todos teriam serrado as grades das celas em que estavam e contaram com as facilidades que permanecem prosperando no sistema com o tráfico de armas, serras, celulares e drogas.
Quem acreditava que com a nova administração haveria alguns choques no gerenciamento das unidades já está decepcionado. Ocorreu que foram retirados elementos viciados da base, mas no topo do Complexo de Pedrinhas, os vícios permanecem e os desmandos são cada vez mais acentuados. A impressão que fica é de um continuismo, o que com certeza irá até a posse do novo governo.
Infelizmente, o secretário Paulo Rodrigues da Costa, como defensor público, presidente do Conselho Penitenciário do Estado e membro do Comitê de Gestão Integrada, com o apoio da sua instituição era esperança para amenizar a problemática perversa, mas tem preferido dar tempo ao tempo e espera, que as mazelas instaladas no Complexo Penitenciário de Pedrinhas por Sebastião Uchôa e os seus púpilos com destaque para o Cláudio Barcelos, ex-diretor da Casa de Detenção, preso por negociado a fuga de três assaltantes de bancos, o Carlos Eduardo Sousa Aguiar, ex-diretor da CCPJ de Pedrinhas, um dos responsáveis pelo aliciamento de um preso para envolver o nome do futuro governador Flavio Dino, nas fugas de presidios e incendios a coletivos na cidade e o major Alessandro Borges Ribeiro, da Policia Militar da Paraiba, importado pelo ex-dirigente da Sejap, não aprontem mais do que já fizeram até agora. Todos eram pessoas da mais absoluta confiança de Sebastião Uchôa. Com exceção de Cláudio Barcelos que foi demitido, por não ser servidor público, os demais continuam com bastante influência e impondo regras dentro das unidades prisionais.
A verdade é que a Secretaria de Justiça e Administração Penitenciária, mantém a mesma cara e os mesmos cabelos, diferente da propaganda do shampoo. A Sejap será uma dentre as inúmeras heranças malditas do governo Roseana Sarney e que serão entregues a Flavio Dino. O rombo financeiro é muito grande, que inclusive ajudou alguns politicos a conduzirem suas campanhas politicas e outros a se tornarem novos ricos. As investigações com auditorias é que vão revelar o tamanho da corrupção.