Em 2020 o Maranhão já era o estado com maior população na extrema pobreza com 14,4%

Mesmo com a uma pequena redução em relação a 2019, infelizmente o Maranhão continua liderando no país a extrema pobreza (linha de US$ 1,90). O Brasil tem 12 milhões de pessoas (5,7% do total de habitantes) que vivem na linha de extrema pobreza. Os dados são da Síntese de Indicadores Sociais, divulgada nesta sexta-feira (03), pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

O levantamento mostra que 5,7% da população do país vive com renda de US$ 1,90 por dia, ou R$ 155 mensais per capita, apontada como linha de extrema pobreza pelo Banco Mundial. Em 2020, o país tinha 7,3 milhões de pessoas (3,5% da população) com renda mensal per capita de até R$ 89, abaixo da linha de pobreza extrema do Bolsa Família.

Já abaixo da linha do BPC (Benefício de Prestação Continuada), de R$ 261 per capita, vivem 22 milhões de pessoas (10,5%).

Apesar de o Brasil não ter uma linha de pobreza oficial, são avaliados os seguintes critérios:

  • Linha de elegibilidade do Bolsa Família (R$ 178 per capita), que concentrava 13,6 milhões de pessoas (6,5%);
    •    Linha do Banco Mundial de US$ 5,50 por dia, que estava em R$ 450 mensais per capita e reunia 50,9 milhões de pessoas (24,1%); e
    •    Linha de meio salário mínimo, utilizada para o Cadastro Único do Governo Federal, que estava em R$ 523 per capita e incluía 61,4 milhões de pessoas (29,1%).

Sem programas sociais, 32,1% estariam em situação de pobreza

Considerando os indicadores de pobreza (US$ 5,50/dia) e extrema pobreza (US$ 1,90/dia) pelas linhas do Banco Mundial, houve redução da incidência de extrema pobreza e pobreza no Brasil entre 2019 e 2020: as proporções recuaram, respectivamente, de 6,8% para 5,7% e de 25,9% para 24,1% da população.

No entanto, em um cenário hipotético sem os benefícios dos programas sociais, a proporção de pessoas em extrema pobreza teria aumentado de 5,7% para 12,9% e, em situação de pobreza, de 25,9% para 32,1%.

De 2012 a 2019, a diferença entre as taxas de pobreza e extrema pobreza, com e sem benefícios de programas sociais, oscilou entre 2 e 3 pontos percentuais.

Em 2020, o Maranhão era o estado com a maior proporção da sua população (14,4%) em situação de extrema pobreza (linha de US$ 1,90), com Amazonas (12,5%) e Alagoas e Pernambuco (ambos com 11,8%) a seguir.

Houve uma queda da extrema pobreza nesses estados em relação a 2019, quando os percentuais da população abaixo dessa linha eram: Maranhão (21,3%), Amazonas (15,0%), Pernambuco (13,6%) e Alagoas (15,7%).

No outro extremo, os estados com os menores percentuais de sua população abaixo da linha de extrema pobreza em 2020 eram Santa Catarina (1,9%) e Rio Grande do Sul (2,4%), com Mato Grosso do Sul e Distrito Federal (ambos com 2,6%) a seguir.

Brancos ganharam 73% mais que os negros

A Síntese de Indicadores Sociais também mostrou que a desigualdade entre pessoas brancas e negras só aumentou no primeiro ano da pandemia.

Em média, a população ocupada branca (R$ 3.056) tinha um rendimento mensal médio real do trabalho 73,3% maior que o de pretos e pardos (R$ 1.764) em 2020.

Para os homens, o ganho (R$ 2.608) era 28,1% maior do que o para as mulheres (R$ 2.037).

Pretos ou pardos ocupavam a maior parte das vagas (53,5%), porém ganhavam menos, representando 64,5% do total de subocupados. Eles também morreram mais de Covid no caso de óbitos de pessoas com menos de 70 anos (acima disso, ficaram atrás dos brancos).

Fonte: R7 Economia

 

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