Secretário se rende à verdade e reconhece que superlotação e vulnerabilidades são realidades nas unidades prisionais da SEAP

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Por sucessivas vezes afirmei aqui, que o Governo do Estado faltava com a verdade, quando pregava ressocialização nas unidades prisionais e chegava a afirmar que gestores de estabelecimentos penais de outros estados tinham interesse em copiar o trabalho que vem sendo desenvolvido no Maranhão. Apesar da propaganda enganosa, o Sistema Penitenciário do Estado sempre esteve em todas as avaliações de risco, pelo Conselho Nacional de Justiça. Não será surpresa se novos problemas venham a ser registrados tanto na capital como no interior, afinal de contas o caldeirão nunca deixou a ebulição.

As declarações do secretário Murilo Andrade, feitas à  tv mirante, foram bem claras e de uma realidade que realmente existe, superpopulação e várias vulnerabilidades, inclusive a falta de pessoal capacitado para trabalhar com a população carcerária. Ao se desafiar a realidade colocando o nome em unidades prisionais como estabelecimento de ressocialização, o senhor Murilo Andrade deve ter importado de Minas Gerais, vícios e engodos e para tanto trouxe consigo um seleto grupo de mineiros, que tem crescido bastante dentro do Sistema Penitenciário do Maranhão.

O antigo Cadeião do Diabo teve o seu nome mudado para Unidade de Ressocialização, sem qualquer trabalho de maior relevância, acreditando que mudando a nomenclatura, o restante se arrumaria. O muro da unidade que uma vez foi derrubado por uma caçamba, não mereceu a devida atenção para uma construção mais forte, permanecendo com a mesma alvenaria que foi explodida no último domingo por bandidos e a recuperação foi feita com alvenaria à espera do próximo ataque. A construção de blocos em frente ao muro defronte das casas de famílias na Vila Progresso, não resistiu a dinamite e colocou em risco a vida de muitas famílias, inclusive de alguns presos que moram no local. Enquanto a SEAP se preveniu contra ataques feitos com veículos, os bandidos usaram dinamite que conseguem com mais facilidade e não desperta curiosidade.

O interessante na entrevista é que Murilo Andrade revelou que o governo do estado tem a pretensão, observem a pretensão, de construir novas unidades em busca de pelo menos amenizar a séria superlotação em todas as unidades prisionais, lembrando que todas elas são ressocialização.

A verdade é que ninguém pode ser ressocializado, sem a restauração de direitos, dignidade humana ser tratado como tal e viva em local em que possa se sentir como pessoa. A realidade de hoje dentro do sistema prisional é mesma sacanagem de sempre se tripudia da maioria e se privilegia um pequeno grupo. Como o Ministério Público e o Juizado da Vara das Execuções Penais não exercem uma fiscalização de maior intensidade, e mesmo com as propagandas enganosas se mantém em silêncio e podem até se manifestar diante dos últimos fatos, que não podem ser interpretados como acidentes de percurso.

A situação do Sistema Penitenciário do Maranhão não é pior em razão das constantes saídas temporárias de presos, como a recente para o dia das mães e em agosto virá o dia dos pais e a seguir o dia das crianças e logo chegará natal, e muitos presos já querem saída para  carnaval sob a alegação de que querem participar de retiros católicos e evangélicos. Acredita-se que no presente exercício quase 200 vagas foram abertas decorrente dos presos que não voltaram e ainda tem o grupo das tornozeleiras eletrônicas. Mesmo com as vagas que serão aumentadas em agosto e outubro e a porteira de dezembro, a superlotação continuará, a não ser, segundo o secretário Murilo Andrade, o governo tenha a pretensão de construir novos presídios.

Se o dirigente da SEAP tivesse um pouco de respeito para com a população, já deveria ter explicado as razões pelas quais o Serviço de Inteligência não funciona. São investimentos grandes e explicar qual a motivação de todo o grupo que veio do governo passado, continuar não fazendo nada, mas falam que muitos telefones são monitorados criminosamente, desde que não sejam de presos.

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