Nota do Comando da PM não reflete a seriedade da violência covarde dos militares em Rosário

Frágil e sem expressar uma mínima confiança à população e muita mais às vítimas, está contida em uma nota pública do Comando Geral da PM, sobre a vergonhosa e covarde agressão praticada por três policiais militares no município de Rosário. O afastamento dos policiais com a imediata prisão administrativa deveria ser o mínimo de resposta a sociedade. Quanto a instauração de inquérito policial no Batalhão Policial Militar de Rosário, pode ser o caminho para o corporativismo e naturalmente a impunidade, caso seja presidido pelo atual comandante.

Foi na unidade de Rosário, que uma irmã de uma das vítimas tentou denunciar os fatos e foi tratada com desrespeito. O comandante já deveria ter sido afastado e  responsabilizado por incompetência para o exercício de comando em obediência aos princípios éticos de tratamento sério em observância às pessoas que procuram a unidade militar.

Lamentável sob todos os aspectos foi o local escolhido e a maneira como o coronel Pedro Ribeiro procurou se desculpar com as vítimas. A impressão que ficou é que o Comandante Geral da PM não avaliou a seriedade e a dimensão da violência covarde praticada pelos militares, contra pessoas indefesas e eles portando armas como intimidação para a execução da violência, sem qualquer justificativa.

O Comandante Geral deveria, diante da grande repercussão do fato pedir desculpas públicas não apenas as vítimas, mas a toda sociedade maranhense, o que seria uma atitude digna que viria incentivar vítimas a denunciar fatos de tal natureza, diante do aumento de casos de tal natureza. O simples afastamento dos militares das suas funções é o caminho para que as vítimas sejam intimidadas. Casos semelhantes ao de Rosário, quando são denunciados, passam por longo tempo para as providências, causando medo às vítimas, temendo por represálias ou frustração pela impunidade.

A promotora de justiça de Rosário é Fabiola Fernandes, que conheço e sei perfeitamente da sua competência no exercício das ações inerentes ao Ministério Público deverá atuar na fiscalização do caso. Acredito que ela, além de acompanhar o inquérito policial e posteriormente o processo na justiça, deverá dar a atenção às vítimas, uma vez que podem sofrer retaliações.

Particularmente, tenho um grande respeito pela Polícia Militar e a honra de dizer que fui o primeiro jornalista a ser distinguido com a Medalha Brigadeiro Falcão, pelo coronel Nélio Cruz Carvalho Pereira, no Governo Nunes Freire, quando o Comando Geral era no Convento das Mercês. Sempre me refiro a Policia Militar do Maranhão, como uma instituição maior do que qualquer Governo e Comando Geral. Todos passam e ela fica. Os bons e competentes serão lembrados e os demais desaparecem com o tempo, e nem a história os lembrará.

 

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