Motim no Complexo de Pedrinhas resulta em uma morte e três feridos. Um preso fugiu e o clima é tenso nas unidades prisionais

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Um preso assassinado e mais dois feridos e um monitor baleado foi resultado de mais um motim na manhã de hoje na unidade prisional Penitenciária de Pedrinhas. O desfecho poderia ter sido pior, se não fosse ação imediata do Grupo Especial de Operações Penitenciárias – GEOP e que logo contou com o apoio do Batalhão de Choque da Policia Militar. O GEOP conseguiu fazer uma revista dentro da unidade prisional, quando encontrou dois revólveres calibre 38, 45 munições e 12 garruchas.  O motim na Penitenciária de Pedrinhas começou a ser formado desde a última segunda-feira, quando o diretor da unidade, o empregado terceirizado Salomão Mota Ferreira foi flagrado recebendo seu aparelho celular das mãos de um preso que o utilizou em ligações diversas. As imagens navegaram pela internet e mais uma vez o Sistema Penitenciário do Maranhão foi ridicularizado, pela falta de seriedade e as facilidades que proporciona para conflitos.

 O mais ridículo é que o Secretário Sebastião Uchôa, como delegado de policia deveria saber que o correto para apurar as responsabilidades seria afastar o diretor e supervisor da unidade prisional, instaurar procedimento administrativo e paralelamente solicitar a Policia Civil investigações com o devido inquérito policial. Pasmem! A sua atitude foi de identificar logo o autor das filmagens e deixou bem claro que Salomão Mota Ferreira, continuaria no cargo merecendo a sua total confiança e do Governo do Estado, sem qualquer necessidade de investigação, muito embora já houvesse queixas de que ele fazia compras para presos e as entrega furtivamente para evitar a identificação, o que é muito suspeito e grave. O diretor terceirizado recebeu poderes para identificar e punir autor das imagens, levando-o, a suspeitar de um agente penitenciário funcionário público, que através de uma portaria delefoi impedindo-o de adentrar a unidade prisional.

     À tarde de ontem uma nova tentativa foi registrada na Penitenciária de Pedrinhas e mais uma vez o GEOP evitou que ela tomasse proporções maiores. Hoje pela manhã na mesma unidade, o movimento voltou com maior força resultando em que um preso com uma arma de fogo atirou em um monitor ferindo-o gravemente e no conflito três outros presos foram feridos, sendo que um deles veio a falecer, sendo identificado como Tiago Costa Santos.  Apesar da presença do GEOP, o Choque e o GTA, o clima é muito tenso na unidade e o temor é que os presos das outras unidades também façam movimentos, principalmente que mais de 700 estão fora das celas dos pavilhões podendo se mobilizar e até proporcionar novas barbáries.

    Lamento profundamente os fatos e imputo as responsabilidades, as autoridades que se omitem em fiscalizar e verificar a realidade do Complexo Penitenciário de Pedrinhas e de todas as demais unidades prisionais existentes no Maranhão. Se existe o serviço de Monitoramento do Sistema Penitenciário, as Varas das Execuções Penais, o Ministério Público, o Comitê de Gestão Integrada, o Conselho Nacional de Justiça, nenhuma dessas instituições ainda não conseguiu identificar que barbáries maiores podem ocorrer no Complexo Penitenciário de Pedrinhas, com os presos das celas. Também se pergunta pela Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional do Maranhão, Sociedade Maranhense de Humanos, sem falarmos na comprometida Pastoral Carcerária. Tenho chamado a atenção das autoridades para a iminência de problemas mais graves em Pedrinhas, mas infelizmente não atentam para a realidade. O secretário Sebastião Uchôa já deveria ter sido responsabilizado criminalmente por todos os assassinatos no Sistema Penitenciário, assim como a governadora Roseana Sarney que assume claramente, o dolo maior por todas as mortes.

   Como a esculhambação dentro do Complexo de Pedrinhas é generalizada, em meio as confusões geradas pelo motim, o preso Lucas Daniel Ribeiro fugiu tranquilamente escalando o muro do presidio.

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