Justiça investiga denúncias de abuso de menores no Mosteiro de São Bento – SP

Duas vítimas que registraram boletim de ocorrência por abuso sexual contra religiosos do Mosteiro de São Bento, na zona central de São Paulo, acusam o então abade da instituição, dom Mathias Tolentino Braga, de acobertar os casos e manter os acusados impunes. Ao menos três ex-integrantes do mosteiro são investigados pela Polícia Civil e pelo Ministério Público após denúncia de dois rapazes que trabalhavam e estudavam na instituição. Segundo eles, os assédios ocorreram quando eram menores de idade. Eles tinham entre 16 e 17 anos.

Uma das vítimas, que pediu para não ter a identidade revelada, disse que o abade se recusou a receber os monges quando tentaram levar as denúncias. Ele conta que dom Mathias gritava que ali era um lugar sagrado e, portanto, não podia existir esse tipo de coisa.

Por causa das denúncias, o mosteiro está sob intervenção do Vaticano desde abril deste ano, e dom Mathias foi afastado na mesma ocasião.

Em nota, o mosteiro manifestou repúdio e intolerância “a eventuais desvios de conduta de quaisquer de seus membros” e que atua em consonância com as determinações do Papa Francisco de manter tolerância zero contra abusos na Igreja Católica.

Procurado, dom Mathias afirmou que não irá se pronunciar até o fim das investigações. Atualmente, o religioso está no mosteiro São Bento em Salvador, na Bahia, mas não exerce nenhuma função. As vítimas contam que as investidas de religiosos contra jovens que trabalhavam e estudavam na Faculdade de São Bento eram frequentes e ocorriam em locais comuns do mosteiro, como banheiros e quartos compartilhados.

Um deles relata que tinha chegado havia dois meses ao mosteiro para cursar a faculdade de filosofia e, em troca da bolsa, trabalhar na biblioteca da clausura, quando Rafael Arthur Gouveia Bartoletti, o irmão Hugo, o levou até a sala de música. Lá dentro, o então monge fechou a porta e forçou os ombros do estudante para baixo em direção a seu pênis para que fizesse sexo oral nele. Assustado, ele conta que se desvencilhou, pediu para não encostar nele e sair dali.

FOLHAPRESS

 

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *