Derramamento de óleo nas praias do nordeste é alvo de pedido de CPI na Câmara

João Campos vai apresentar pedido da CPI do Vazamento de Óleo nesta terça-feira (22).

O desastre ambiental que há mais de 50 dias mancha de óleo o litoral nordestino pode virar alvo de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI). A proposta é do deputado João Campos (PSB-PE), que reclama dos poucos resultados apresentados pelo governo federal no trabalho de apuração e combate ao derramamento de óleo e, por isso, quer que o tema seja investigado pelo Congresso.

“A gente quer investigar a origem das manchas de óleo, avaliar as medidas que estão sendo tomadas pelos órgãos responsáveis, apurar a responsabilidade por esse atos, propor formas de mitigar a contaminação e minimizar o risco de novos crimes como esse”, explicou João Campos, que promete protocolar esse pedido de CPI na Câmara dos Deputados nesta terça-feira (22).

João explica que, como as manchas de óleo continuam chegando com força às praias do Nordeste, a ideia de investigar a origem da poluição para poder reduzir os impactos ambientais e punir os responsáveis por esse desastre tem sido bem recebida pelos outros deputados. Por isso, já deve conseguir as 171 assinaturas necessárias para que um pedido de CPI seja protocolado nesta terça-feira (22). “O Parlamento, que tem sido um ponto de equilíbrio no Brasil, precisa agir nesse momento”, defende João, dizendo que “se o governo federal não faz sua parte, o papel do Parlamento torna-se ainda mais importante”.

Filho de Eduardo Campos, o deputado pernambucano passou o fim de semana ajudando na limpeza das praias pernambucanas que foram atingidas pelo óleo. Ele conta que só nos últimos dias mais de 70 toneladas de óleo foram recolhidas do litoral do estado – boa parte sem ajuda do governo federal. A grande parte desse resíduo tem sido retirada do meio ambiente por cidadãos comuns, voluntários, ambientalistas e ONGs, muitas vezes sem o material de proteção adequado.

Segundo o deputado, além de não ter descoberto a origem desse óleo, o governo federal não apresentou um plano efetivo de combate ao derramamento porque, entre outras coisas, extinguiu os comitês que integravam o Plano Nacional de Contingência para Incidentes de Poluição por Óleo em Água (PNC). João Campos sugere, então, que a baixa efetividade das ações federais de combate ao óleo evidencia o desmonte das estruturas vinculadas ao Ministério de Meio Ambiente.

Voluntários limpam praias

O trabalho de limpeza deflagrado pela população e o impacto causado pelo óleo no litoral pernambucano foi exposto nas redes sociais por parlamentares como João Campos, Túlio Gadêlha (PDT-PE) e Humberto Costa (PT-PE).

“Não existe ação do governo federal para conter o óleo nas praias do Nordeste. A grande mobilização vem do povo nordestino, das pessoas que se juntaram e decidiram agir. Os estados e municípios estão sozinhos, se desdobrando, se unindo aos voluntários para tentar conter os danos ambientais. Enquanto isso, o Ministério do Meio Ambiente está mais preocupado em politizar a questão do que fazer alguma coisa”, reclamou o deputado Túlio Gadêlha, destacando que a “solidariedade humana é necessária mas não substitui a responsabilidade governamental”.

Congresso em Foco

 

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