Corrupção no Covid-19 conta com centenas de denuncias e operações da PF continuarão

Existem centenas de denúncias de desvios criminosos de recursos destinados ao enfrentamento da pandemia do covid-19. A maioria dos crimes que envolvem prefeitos e governadores é decorrente de superfaturamento e outros negócios criminosos para embolsar dinheiro e proporcionar a morte de milhares de pessoas por falta de atendimentos médicos. As operações da Polícia Federal devem ser mais constantes e o Ministério Público Federal vem trabalhando com intensidade na produção de provas para pedidos de investigação, de busca e apreensão e prisão de gestores públicos insaciáveis em se locupletar com o dinheiro público com as suas práticas corruptas.

Com a operação Placebo que mirou hoje a casa do governador Wilson Witzel, a Polícia Federal já desencadeou seis operações, em menos de um mês, para investigar desvios de recursos em medidas de combate ao coronavírus. Houve ações no Amapá, Ceará, Pará e Rio de Janeiro até agora. Pelo menos, o desvio de R$ 53 milhões é apurado. O maior dano vem da compra superfaturada de respiradores, mas há também sob investigação contratos de equipamentos de proteção individual, de limpeza e o pagamento do auxílio emergial.

Antes de pedir demissão, o ministro da Justiça, Sergio Moro, determinou a Polícia Federal “apurar de forma implacável qualquer desvio de verba federal destinada ao combate do novo coronavirus”, como disse no fim de abril .A Controladoria-Geral da União e o Ministério Público também fizeram parte de algumas dessas ações.

No dia 29 de abril, a Operação Vírus Infectio, no Amapá, apurou que o valor pago por equipamentos de proteção na área da saúde foi de aproximadamente R$ 930 mil, apesar da referência ser de quase R$ 291 mil, o que mostra que foram gastos cerca de R$ 639 mil a mais em relação aos preços médios praticados no mercado nacional.

A Operação Expurgo, no Amapá, ocorreu no dia 11 de maio. Apurou irregularidades e aplicação indevida de quase R$ 2 milhões na contratação sem licitação de uma empresa para ações de limpeza e desinfecção visando o combate à Covid-19.

A compra de 152 respiradores mecânicos chineses no Pará também está sendo investigada. O lote foi adquirido por R$ 25,2 milhões e foi objeto da Operação Profilaxia, no dia 13 de maio. Os equipamentos foram entregues pela empresa SKN do Brasil Importação e Exportação de Eletroeletrônicos mas não correspondem aos requisitos necessários para unidades de terapia intensiva (UTIs) do estado. Por isso, nem mesmo puderam ser instalados. De acordo com o governo paraense, o uso dos equipamentos pode colocar em risco os pacientes infectados pelo novo coronavírus.

Dias depois, em 21 de maio, foi a vez da Operação Arrebol, em Aurora (CE), com foco em apurar crime eleitoral em pagamentos do auxílio emergencial.

Nesta segunda-feira (25/05), um dia antes da Placebo, houve a Operação Dispnéia – novamente uma ação sobre a compra de respiradores, só que em Fortaleza. A PF investiga a contratação de uma empresa paulista de “duvidosa capacidade técnica e financeira para entrega dos equipamentos”, afirma a corporação. Além da ausência de capacidade técnica e financeira da empresa contratada, houve superfaturamento dos valores pagos pelos equipamentos, um potencial prejuízo financeiro de até R$ 25,4 milhões aos cofres públicos.

CNN Brasil

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