Combate a violência não é só com efetivo maior, armas e viaturas. Sem politicas publicas diante da atual realidade o problema será bem maior

       aldir

Por sucessivas vezes já disse aqui, que enquanto o Governo do Estado tiver a visão focada de que é com um maior número de policiais civis e militares, armamento e viaturas é que se pode combater a violência, todos nós estaremos perdidos. Diante da realidade que estamos enfrentando com uma recessão econômica cada vez mais opressora, o desemprego descendo ladeira abaixo, a saúde pedindo socorro, gestores públicos envolvidos em roubalheiras e a fome e a miséria avançando como epidemia, o resultante desses fatores é a violência cada vez mais cruel e sem barreiras.

        Amanhã chegaremos ao último dia do ano de 2015, com o registro de mais de mil assassinatos e mais de 80 apenas em dezembro em toda a Região Metropolitana de São Luís. Os números são assustadores, a população está cada vez mais refém da violência e banalização da vida, infelizmente é uma realidade, levando-se em conta que se mata a qualquer hora do dia em qualquer lugar.

         Dentro dos fatos chocantes e bem doloridos, o Governo do Estado utiliza a hipocrisia de fazer comparações da violência como governo passado, quando em algum mês foi menor. Gente, pelo respeito que a população de São Luís e do Maranhão merecem, isso é ridículo e demonstração de que efetivamente não existe uma clara, objetiva e determinada politica governamental para o enfrentamento a violência. Os números do ano passado eram sufocantes e foi bastante aproveitado em campanha politica com promessas de enfrentamento, o que até hoje não se viu e nem existe qualquer disposição em honrá-la.

         Não se pode negar que o Governo do Estado está alheio aos conflitos sérios dentro da Secretaria de Segurança e da Policia Militar, o que reflete negativamente perante a opinião pública. Os cidadãos de hoje são bem informados e sabem perfeitamente fazer avaliações dos fatos. Se você for aos mercados e feiras, andar nos transportes coletivos,  pelos grandes centros de movimentação de pessoas e se disponibilizar a ouvir apenas as conversas, sem interagir em nenhum momento, consegue colher informações preciosas. Constantemente faço isso e a violência ganha com muita vantagem, as problemáticas do desemprego, da fome, da miséria e a ausência do Estado, na questão aos direitos à saúde e a educação.

         Não será qualquer surpresa, se a partir de janeiro, o Governo do Estado mantenha a hipocrisia da comparação da violência, tendo por referência o ano de 2014 para comparações com 2016.

          A minha esperança para o ano de 2016 é que o Governo do Estado acorde de uma vez por toda para a sua responsabilidade constitucional de que a Segurança Pública é dever do Estado e direito do cidadão. Está na hora de se falar menos e trabalhar mais com transparência e competência.

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