Que o Governo do Maranhão e a Secretaria de Justiça e Administração Penitenciária são altamente incompetentes e irresponsáveis, disso ninguém tem dúvida e ficaram mais reconhecidos nacionalmente e internacionalmente, com os assassinatos e barbáries registradas no Complexo Penitenciário de Pedrinhas. Por conta dos 80 assassinatos no período de um ano e cinco meses da administração do delegado Sebastião Uchôa, além de centenas de fugas e escavações de túneis em todas as unidades prisionais do sistema. O governo brasileiro corre o risco de vir a ser condenado pelo Conselho de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos por todos os assassinatos praticados dentro do cárcere e a monstruosidade das decapitações.
Uma verdadeira farsa foi montada pelos governos estadual e federal com a participação de instituições dos poderes constituídos para resolver a problemática com a criação do Comitê de Gestão Integrada, a quem coube a responsabilidade de acompanhar, fiscalizar e monitorar todo o Sistema Carcerário do Estado e as construções de presídios novos, que deveriam ser entregues a partir de dezembro do ano passado e até hoje nenhum foi inaugurado.
A realidade de hoje é que na maioria das unidades prisionais do Complexo de Pedrinhas, os presos estão fora das celas e existem diversos pavilhões totalmente destruídos, inclusive um deles que foi reconstruído com recursos superiores a um milhão de reais. Com toda a demagogia e as articulações mentirosas, nada de positivo ocorreu até hoje, havendo o registro de 20 assassinatos o correspondente a 25% do ocorrido o ano passado. O pior de tudo é que o Comitê de Gestão Integrada, o Tribunal de Justiça, o Ministério Público e o Conselho Nacional de Justiça não demonstraram qualquer interesse em dar um basta nas mortes já banalizadas dentro das unidades prisionais. O pior de tudo é que a Pastoral Carcerária, que deveria ter a missão profética do anúncio e da denúncia é totalmente conivente com a sordidez da banalização da vida dentro dos cárceres, com um posicionamento vergonhoso de aliado da Secretaria de Justiça e Administração Penitenciária, o que tem suscitado muitas suspeitas de interesses entre as duas partes.
Hoje poderia estar aqui registrando o assassinato de mais um preso no Complexo de Pedrinhas, mais precisamente no Presidio São Luís 2. Quem escapou de ser executado de ontem para hoje, foi o preso Francisco das Chagas Rodrigues Brito, condenado a 42 de prisão no caso dos meninos emasculados no Maranhão e no Pará. Ele foi ferido a chuçadas por um companheiro de cela, mas conseguiu escapar da morte, sendo conduzido ao Socorrão 1 e se encontra fora de perigo.
O que causa a maior indignação é que diante de tantas mortes, fugas, escavações de túneis, as instituições integrantes do Comitê de Gestão Integrada ainda não conseguiram desenvolver uma estratégia para dar um basta nas execuções, até mesmo pela morosidade na conclusão das obras dos novos presídios. O problema tem duas explicações: Omissão ou a determinação pela banalização da vida. Esta última fica cada vez mais visualizada, o que infelizmente é uma demonstração clara da pena de morte institucionalizada.