Presos defecam e se drogam em sala de pastora evangélica na Cadet

presosA situação promiscua em que vivem os presos do Sistema Penitenciária não merece a atenção das autoridades.

Afirmei ontem e volto a ratificar, de que todos os questionamentos levantados pelas mais diversas instituições do executivo, legislativo e judiciário, sobre toda a problemática, que envolve o Sistema Penitenciário do Maranhão não retrata a realidade das unidades prisionais, principalmente do Complexo Penitenciário de Pedrinhas, local em que a violência tomou dimensões bem acentuadas e novas barbáries não estão descartadas. Deu a entender a existência de uma articulação conjunta as inesperadas manifestações públicas envolvendo os mais diversos segmentos da problemática carcerária pela Procuradoria Geral da República destacando temeridade sobre intervenção federal no Maranhão, o omisso Comitê de Gestão Integrada presidido pela governadora Roseana Sarney registrando ações, inclusive algumas que não foram dele e o Tribunal de Justiça fazendo avaliações da população carcerária, a Defensoria Pública destacando o número de atendimentos a presos e familiares e alguns discursos dispersos.

            A articulação se constitui em tentar a todo custo dar uma satisfação à justiça, que deve apreciar relatório elaborado por diversas entidades da Sociedade Civil Organizada e a Ordem dos Advogados do Brasil, diante da situação grave em que se encontra o Sistema Penitenciário do Maranhão. Para todas essas instituições, os 60 assassinatos registrados o ano passado, com duas barbáries e inúmeras decapitações e os 19 praticados no presente exercício, estão  sendo tratados no Maranhão, com a maior banalização, muito embora a Comissão de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos tenha advertido o Governo Brasileiro de se tornar réu na Corte Interamericana de Direitos Humanos.

           As discussões passam por números, providências a serem adotadas e gestões que dar  atendimento melhor a população carcerária, quando na verdade tudo não passa de promessas evasivas e politicas dentro do período eleitoral. A maioria do pessoal  envolvido dentro do contexto das discussões nunca esteve no Complexo Penitenciário, outros foram durante as visitas feitas pelo pessoal do Conselho Nacional de Justiça e do Conselho Nacional do Ministério Público, mas não conhecem e não devem fazer ideia da crueldade existente dentro das unidades prisionais.

         Presos defecam e se drogam na sala de Pastora Evangélica na Cadet

      De há muito venho advertindo as autoridades dos riscos de novas barbáries, devido o considerável número de presos que estão fora das celas no Cadeião do Diabo, na Casa de Detenção e na Penitenciária de Pedrinhas, do Complexo. A Cadet é uma espécie de espaço aberto dentro de Pedrinhas, de como se observou por ocasião da exibição do programa de televisão Profissão Repórter. Foi mostrada uma exibição exorcismo por pastores fazendo a expulsão de diabos do corpo de presos, outros jogavam videogame e um grupo se mantinha apenas como observador. O local que é uma quadra de esporte, sempre é utilizada para jogos de futebol à noite e segundo denúncias, a competição era sempre animada por bebidas alcóolicas e drogas, o que causava preocupação para a segurança interna, mas comentava-se de que se tratava de um trabalho de “ressocialização”, com autorização superior da Sejap. Depois que os presos destruíram por mais uma vez um pavilhão da Cadet, dezenas de presos passaram a ficar soltos, a exemplo do Cadeião do Diabo e da Penitenciária de Pedrinhas, o que é uma temeridade, inclusive observada por sucessivas vezes pelo pessoal do GEOP.

       Para mostrar que efetivamente as unidades prisionais do Complexo Penitenciário de Pedrinhas estão à revelia sem direcionamento administrativo, ontem alguns presos arrombaram a porta de uma sala na Casa de Detenção, local onde foi o gabinete do diretor e hoje é local reservado para rituais de exorcismo de uma pastora evangélica. Diante das facilidades do tráfico de drogas dentro das unidades, eles consumiram bastante crack e posteriormente resolveram defecar em diversos locais da sala e fizeram a higienização pessoal com alguns documentos que estavam sobre uma mesa.  O alarme foi dado devido o violento odor de fezes, o que acabou atraindo inúmeros detentos e em seguida chegou a segurança interna. Um dos envolvidos decidiu delatar quatro colegas, sendo excluído de ser conduzido para a autuação em flagrante no 12º Distrito Policial, mas deixou bem claro que quer ser transferido para não ser morto. Como se pode ser observado, depois que centenas de detentos passaram não recolhidos às celas, os problemas nas unidades se tornaram praticamente diários.

        Hoje no Pavilhão F da Penitenciária de Pedrinhas, o GEOP apreendeu um carro de mão cheio de armas brancas que seriam distribuídas entre os detentos. É mais uma prova de que a cada dia que se passa, mais vulnerável ficam todas as unidades prisionais do Complexo Penitenciário de Pedrinhas.

 

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